Extremamente raro na natureza, um casal de arara-azul-de-lear criado no Zoológico de São Paulo está encontrando condições ideais para reprodução a 110 quilômetros da capital. O Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo, inaugurado nesta sexta-feira (19), em Araçoiaba da Serra, interior de São Paulo, reproduz o hábitat natural de espécies ameaçadas para favorecer o acasalamento.
O recinto do casal de araras, espécie endêmica da região norte da Bahia, tem até um barranco de arenito, como os paredões frequentados por essas aves na natureza.
De acordo com a secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, o objetivo do centro é promover a conservação das espécies no próprio ambiente onde ocorrem ou fora, mas em condições próximas do ambiente natural.
As espécies selecionadas inicialmente incluem ainda o mico-leão-preto, o mico-leão-dourado, o mico-leão-da-cara-dourada e o tamanduá-bandeira, todos ameaçados de extinção.
A unidade ocupa área de 80 mil m² na fazenda que a Fundação Parque Zoológico de São Paulo mantém no bairro Jundiaquara, na cidade do interior, visando à produção de alimentos para os animais de seu acervo.
O projeto, que envolve vários institutos de pesquisa e universidades, desenvolverá ainda pesquisas e programas para reintrodução de espécies cativas na natureza.
Para isso, o centro conta com suporte do Departamento de Pesquisa Aplicada do zoo e vai compartilhar projetos com outras nove instituições brasileiras e internacionais. Resultado de investimento de R$ 4 milhões, a unidade conta com áreas de medicina veterinária e biologia, salas de manejo, cirurgia e internação, laboratórios, berçário e incubadora.