À France 24, Dilma disse que é “impossível” que esteja envolvida nas denúncias e defendeu que o esquema deve ser tratado como “escândalo de determinados funcionários da Petrobras”.| Foto: /

A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a uma emissora de televisão francesa que vai lutar “até o fim” para mostrar que ela não tem envolvimento com o esquema de desvios na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. À France 24, Dilma disse que é “impossível” que esteja envolvida nas denúncias e defendeu que o esquema não deve ser tratado como “escândalo da Petrobras” e, sim, como “escândalo de determinados funcionários da Petrobras”.

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Durante a entrevista ao canal de notícias francês, exibida nesta segunda-feira, 8, a presidente foi questionada sobre a hipótese de a investigação chegar à conclusão de que ela sabia ou estava envolvida no esquema. Então, o jornalista francês questiona se, nesse cenário, a presidente estaria disposta a encarar todas as consequências. “Eu não estou ligada. Eu não respondo a essa questão, porque eu não estou ligada. E eu sei que não estou ligada”, disse.

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“É impossível. Eu lutarei até o fim para mostrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço. Eu tenho uma história por trás de mim nesse sentido. Não é questão de ‘se’. Eu não estou ligada”, completou.

Dilma disse ainda que há tratamento diferente entre a relação das empresas envolvidas no esquema com o Partido dos Trabalhadores e os demais grupos políticos. Segundo Dilma, “todos as campanhas” feitas no Brasil têm contribuição das companhias citadas. “E por que só a minha foi destacada?”, questionou a presidente. “Estão tentando envolver a minha campanha”, disse e complementou: “Não existe nenhum indício que o prove. Não só em 2010, mas também em 2014. Todos os candidatos que concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal”.

A presidente afirmou ainda que pessoas que estão presas por envolvimento no esquema foram demitidas no início de 2012. Dilma fez referência a ex-gestores da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços). Além deles estão envolvidos ainda o ex-diretor Nestor Cerveró (Internacional), preso em Curitiba, e o ex-gerente da diretoria de Serviços Pedro Barusco, um dos delatores do esquema.

“A Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo não é o escândalo da Petrobras, é de determinados funcionários de alto nível da Petrobras”, afirmou a presidente. Dilma citou que o escândalo diz respeito a funcionários da estatal que se articularam com empresas e partidos para obter vantagens. Esse problema, emendou, não afeta necessariamente todas as empresas, nem todos os partidos ou todos os integrantes dos partidos.

A entrevista foi concedida em razão dos preparativos da reunião de cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizado entre quarta e quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.

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Questionada sobre se “assumiria suas responsabilidades” - uma expressão que em francês equivale a “demitir-se” - caso seja provado seu eventual envolvimento em corrupção, Dilma se mostrou irritada e protestou. “Eu não tenho nada a ver. Eu não respondo a essa questão porque sei que não tenho nada a ver”, afirmou.