O deputado federal Roberto Brant (PFL-MG) afirmou, em entrevista ao portal "Globominas.com", nesta sexta-feira, que é um homem de palavra e que pretende abandonar a vida pública, assim que encerrar o atual mandato na Câmara dos Deputados. Ele alegou estar magoado com o tratamento que a imprensa vem dispensando a ele e à sua família, por conta do escândalo político no qual seu nome foi envolvido.
Ele negou o acordão que teria sido feito entre PT e PFL para absolvê-lo e também Professor Luizinho (PT-SP), que estavam sendo acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. Segundo ele, seria impossível fazer um acordo porque os votos são secretos e que teria que envolver todos os partidos, não apenas as legendas do deputados acusados.
Brant não quis revelar quais foram os deputados que votaram nele, mas afirmou que teve maioria esmagadora de votos no PMDB e no PPS, além de votos do PTB, do PT e do PL.
- Um acordo com o PT seria desnecessário e insuficiente - disse.
Na entrevista, o deputado do PFL afirmou que o acordão foi uma invenção da imprensa. Para ele, "Certas pessoas não se conformam que o Congresso tenha liberdade moral para julgar".
Roberto Brant ainda falou sobre o resultado da votação de seu pedido de cassação no Conselho de Ética, contrário ao resultado do plenário, que absolveu o deputado. Para ele, o Congresso não desrespeitou a indicação do Conselho de Ética pois o pedido de cassação dele não foi consenso geral no conselho.
O deputado pefelista concluiu a entrevista afirmando que vai deixar a vida pública para evitar 'invasões da imprensa'. Ele declarou que não quer mais conviver com a exploração de seu nome, referindo-se às fotos publicadas na imprensa de sua comemoração com a família em uma pizzaria de Brasília após sua absolvição.
Brant teve o pedido de cassação de seu mandato feito pelo Conselho de Ética negado no plenário da Câmara, na última quarta-feira. Ele era acusado de ter recebido R$102 mil da Usiminas, por meio de uma conta da SMPB Comunicação, do empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do valerioduto, durante sua campanha a prefeito de Belo Horizonte, em 2004. Segundo Brant, o dinheiro foi usado para pagar um programa eleitoral do PFL.
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