Assessor direto do presidente em exercício, o ex-deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures participou de uma reunião com integrantes da força-tarefa da Lava Jato um dia antes da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. A informação é do jornal Folha de S. Paulo, que afirma que o encontro ocorreu a pedido de Michel Temer (PMDB). O objetivo seria indicar aos integrantes da Lava Jato que o novo governo não pretende interferir nas investigações – embora vários peemedebistas envolvidos nas suspeitas fossem estar no governo.
Segundo o jornal, os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon participaram da reunião, que durou cerca de duas horas. No encontro ficou acertada a permanência do superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, no cargo. Os procuradores haviam recusado um encontro com Temer, rechaçando uma possível conotação política na proposta.
O que diz o MPF
Procurado pela reportagem, o Ministério Público Federal (MPF) informou que os procuradores estavam em uma cerimônia aberta ao público da Associação Nacional dos Procuradores da República para receber um prêmio pelos trabalhos realizados no caso Lava Jato e, sem prévio agendamento, Rocha Loures manifestou ser favorável à continuidade das investigações, como todas as demais pessoas presentes no evento.
O presidente em exercício foi citado na Lava Jato nos depoimentos do ex-senador Delcídio do Amaral. Além dele, outros peemedebistas são investigados no caso, como o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha e o presidente do Senado Renan Calheiros.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o PMDB controlava a Diretoria Internacional da Petrobras, recebendo um porcentual de todos os contratos que eram firmados. O ex-diretor Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada e vai auxiliar nas investigações de irregularidades na estatal.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?