Quando Beto Richa (PSDB) foi reeleito governador, poucos paranaenses sabiam quem era Mauro Ricardo Costa. Ao fim de 2015, muitos ainda não o conhecem, mas é impossível ignorar as mudanças que ele promoveu no governo do Paraná. Mais do que ocupar o cargo de secretário da Fazenda, o auditor fiscal “importado” do Rio de Janeiro tem a chave do cofre estadual e “carta branca” de Richa. “Se ele disser não, é não. Não tem o que conversar. Não adianta procurar o governador”, conta um deputado estadual da base aliada.
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Mauro Ricardo foi o mentor de todo o ajuste fiscal de Richa. Com medidas impopulares, angariou o ódio da oposição. Surpreendentemente, conquistou inimizade quase que na mesma proporção entre os governistas. Descontentamento que cresceu no fatídico episódio em que deputados aliados chegaram à Assembleia dentro de um ônibus da tropa de choque. Era a “bancada do camburão” tentando – e conseguindo – aprovar mudanças na Paranaprevidência, em meio ao confronto que deixou 213 feridos em abril.
O cenário de guerra pôs a cabeça de Mauro Ricardo a prêmio. Deputados nem sequer conseguiam voltar às bases eleitorais, tamanha a insatisfação popular. A aprovação de Richa bateu próximo de um dígito. O secretário, porém, seguiu no cargo. Dali para frente, aos poucos o dinheiro começou a entrar em caixa e, com ele, a reverência. “Ele tomou medidas que outros não teriam tomado se tivessem um vínculo forte com o estado, e deu certo”, afirma um parlamentar. Outro resume na palavra “resultado” a permanência do secretário.
Depois de terem ido ao inferno no primeiro semestre, hoje os deputados se mostram agradecidos ao secretário por viverem no céu: estão entregando obras no interior, liberando convênios com os municípios. “Só nos resta parabenizá-lo”, diz um parlamentar.
Depois de comprar briga com o Legislativo, Mauro Ricardo fechou o ano batendo de frente com o Judiciário. Na última semana, para reunir dinheiro para pagar as contas, ele cortou em R$ 100 milhões o repasse de dezembro para o Tribunal de Justiça do Paraná e acusou os demais poderes de “esbanjar,” como se fossem “ilhas de prosperidade”. Essa batalha ainda está em curso.
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