A reunião que aprovou o desembarque do PMDB da base aliada da presidente Dilma durou menos de 10 minutos. A ideia era apenas formalizar a ruptura com o PT. A decisão já havia sido tomada no dia anterior pelos caciques da legenda.
Apenas um dos seis representantes do Paraná no Diretório Nacional do PMDB estava presente, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que é assessor do vice-presidente da República Michel Temer, presidente nacional do partido.
Lava Jato e ações no TSE deixam possível governo Temer longe da estabilidade
Leia a matéria completa“Muitas vezes, fiquei desconfortável quando o PMDB, seja no plano estadual ou federal, tinha que apoiar, por esta ou por aquela razão, uma decisão que não era sua, que não foi produzida por seus próprios pares”, disse Loures, ao defender a independência da sigla.
Os demais representantes do Paraná, entre eles o senador Roberto Requião, presidente do PMDB no Estado, não registraram presença. “Para o Requião Filho até mandaram passagem aérea”, comentou uma das secretárias do partido, em referência ao filho do senador, o deputado estadual Requião Filho, também membro do Diretório Nacional do PMDB.
Do Paraná, quem também marcou presença foi o deputado federal Osmar Serraglio, que não é membro do diretório nacional. “Isso é tão histórico que eu estava num evento importante, como presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, e abandonei tudo. Porque tinha consciência que é um passo fundamental para o país. Com essas dificuldades todas, alguma coisa precisa acontecer. E isso com certeza é um encaminhamento que dá uma direção”, disse.
Outras ausências foram registradas, mas a grande maioria (98 membros de 119 possíveis) permitiu que a decisão pelo rompimento fosse tomada por aclamação, e sob aplausos. Em alguns momentos, correligionários gritavam – “fora PT” e “Viva o Brasil”. Também teve quem alçasse Temer direto para o comando do país: “Brasil pra frente, Temer presidente”.
Ausente
Um dos paranaenses com direito a voto, mas que não registrou presença na reunião, o deputado federal João Arruda afirmou que sempre foi crítico da atual gestão Dilma, mas que vê problemas no desembarque em um momento no qual há um processo de impeachment em curso.
“Soa oportunismo. O PMDB deveria se preocupar com isso, com a imagem do partido”, disse. Apesar disso, o PMDB do Paraná, ponderou ele, não pretende “dar murro em ponta de faca”. “Inclusive porque não temos ministros indicados, votamos contra propostas do ajuste fiscal. Já não houve embarque nosso”, afirmou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião