O advogado americano Manuel Von Ribbeck, que representa parte das famílias das vítimas do acidente com o avião da Gol, disse na tarde desta quinta-feira, em entrevista coletiva em São Paulo, que os pilotos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, provavelmente executavam manobras e "brincavam sobre a Amazônia" no momento da colisão que vitimou 154 pessoas (entre tripulantes e passageiros) no último dia 29 de setembro de 2006.

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Acompanhado do perito canadense Max Vermil, um dos maiores especialistas no mundo em acidente com aviões da Boeing, o advogado afirmou que fontes do "alto escalão" da Força Aérea Brasileira teriam confirmado que houve negligência por parte dos pilotos americanos.

- Aparentemente, os pilotos do Legacy estavam fazendo manobras, brincando sobre a Amazônia de forma negligente e o governo confirmou isto.

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Também nesta quinta-feira, a advogada da Gol, Carla Coelho afirmou, durante audiência com representantes da Gol e familiares das vítimas do acidente, no Senado, que a empresa já está negociando com algumas famílias o pagamento de indenização, e informou que algumas receberam o seguro obrigatório de R$ 14 mil.

Segundo o advogado, após o choque o avião da Gol começou a cair rodopiando e, segundo os estudos feitos pelos peritos contratados pelo escritório dele, os passageiros podem ter ficado vivos dentro do avião por cerca de dois minutos durante a queda.

- Após o choque, o Boeing começa a rodar e cair em parafuso. Provavelmente, em aproximados um minuto e 53 segundos as pessoas sabiam que iam morrer. É a pior parte. Imagino as mães caindo sem poder salvar seus filhos.

Nesta segunda-feira, o escritório do advogado entrou com ação na Justiça de Nova York contra os pilotos e a empresa ExcelAire, dona do jato, e também contra a Honeywell, fabricante americana do transponder, sistema anti-colisão instalado nos dois aviões. Segundo Ribbeck, nos próximos dias a Boeing também deve ser acionada judicialmente na Justiça americana.

- Iniciamos com um processo contra eles (pilotos). Mas eles não são os únicos culpados, a Honeywell tem sua parte e também as outras empresas envolvidas.

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O perito canadense não descarta uma possível falha dos controladores de vôo, mas diz que ainda deve analisar os dados para verificar uma possível falha.

- Eu cheguei no Brasil no início da semana. Fiz contado com o departamento (de aviação) de Manaus, mas ainda preciso analisar melhor os registros e ouvir as caixas-pretas. Não posso me basear em especulações - disse Max Vermij, que trabalha há quase 30 anos na perícia de acidentes aéreos e participou do desenvolvimento dos laboratórios que decodificam as caixas-pretas.

Segundo Ribbeck, seis escritórios de advocacia brasileiros são parceiros na ação. Ele disse que, seguindo normas da legislação brasileira, vai aguardar a finalização da investigação para entrar com processo contra possíveis responsáveis pela colisão no Brasil, como a empresa Gol, a Infraero e, caso seja comprovado, os controladores de vôo.