O lobista Fabio de Mello afirmou, durante depoimento na semana passada à Polícia Federal, que em 2010 foi procurado para apresentar uma proposta de treinamento para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), pivô do esquema revelado pela Operação Voucher. Mello disse que o contato foi feito por Luiz Gustavo Machado.
Exatamente no momento do depoimento no qual o lobista começava a falar sobre o caso, o advogado Hector Ribeiro Freitas entrou na sala onde ocorria a audiência e pediu para conversar em particular com seu cliente. Cerca de 15 minutos após, Mello retornou à sala e disse que se reservava o direito de não responder às demais perguntas.
Mesmo assim, os policiais fizeram todas as indagações programadas. Eles queriam saber, por exemplo, se o lobista conhecia funcionários do Ministério do Turismo, como o ex-secretário executivo Mario Moysés e o atual, Frederico Silva da Costa. Os policiais também fizeram perguntas sobre as relações entre o Ibrasi e a empresa MGP Brasil Consutoria Empresarial Ltda (da qual Mello é sócio). Mas o lobista não respondeu.
No início do depoimento prestado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na última terça-feira, Mello afirmou que é administrador e consultor. Ele disse que é sócio-proprietário das empresas MGP-Brasil Consultoria Empresarial Ltda. e Norwell Administração Serviços e Informática Ltda EPP. O lobista afirmou que sua fonte de renda provém da empresa MGP e que gira em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo telefonou no domingo para o celular de Mello informado no interrogatório, mas não conseguiu falar com o lobista.
O advogado dele afirmou apenas que não era o seu cliente a pessoa que apareceu numa conversa gravada pela Polícia Federal, com autorização judicial, e divulgada pelo jornal na quarta-feira passada, mostrando o secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva Costa, orientando um empresário a montar uma entidade de fachada para assinar um convênio com o governo federal e liberar dinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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