O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, negou qualquer irregularidade no julgamento que deu liberdade à Miriam Law, mulher de Law Kin Chong, no ano passado. Disse que foi "absolutamente técnica" a decisão do ministro de votar a favor da liberação de Miriam. Law Kin Chong é apontado como o maior contrabandista do país.
Diálogos gravados durante a Operação Furacão teriam levado a Polícia Federal (PF) a considerar suspeita a atuação de Paulo Medina no caso. Ele teria ligado para uma assessora, na véspera do julgamento, para informar a ela que mudaria seu voto. O ministro teria negado o habeas corpus para Miriam em um julgamento feito poucos meses antes.
O advogado negou que Paulo Medina tenha mudado seu voto. Disse que ele estudou o processo e apenas comunicou seu posicionamento à assessora. E chamou de "irresponsabilidade" levantar suspeitas sobre todas as decisões do ministro - investigado por suposta ligação com a máfia dos caça-níqueis.
"A decisão do ministro nesse caso é absolutamente técnica. Inclusive ele concedeu menos do que pediu o dr. Tales [Castelo Branco, que apresentou o habeas corpus ao tribunal]. A situação de Miriam era muito diferente da situação de Law. Ele concedeu a liberdade de um [Miriam Law] e negou a liberdade de outro [Law Kin Chong]. E, inclusive, deu menos do que era pedido. Existia um pedido para anular o processo, esse pedido foi aceito e determinado por um dos ministros", disse.
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