Advogados dos réus com maioria de votos pela absolvição no julgamento do mensalão comemoraram o resultado desta quinta-feira (11), no Supremo Tribunal Federal (STF). "Professor Luizinho está feliz e aliviado. Depois desse longo calvário que foi a ação penal, é sempre confortante saber que foi feita a justiça e que foi reconhecido que não havia nenhum elemento sobre a participação dele nesses fatos, que ele realmente é inocente", afirmou Pierpaolo Bottini, advogado do ex-líder do governo na Câmara dos Deputados.

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Para Bottini, Luizinho poderá agora "olhar nos olhos dos eleitores", que após o mensalão passaram a "desconfiar" dele. O advogado disse, porém, que apenas o próprio Luizinho poderia responder se pretende voltar a tentar se eleger para um novo cargo na política.

Luís Telesca, que defende Anita Leocádia, ex-assessora do ex-deputado João Magno (PT-MG), foi cauteloso sobre a possibilidade de unanimidade pela absolvição de sua cliente. "Pelo andar dos votos, imagino que possa caminhar para a unanimidade. Mas sempre é bom aguardar."

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Ele afirmou que não foi uma surpresa o voto do relator, Joaquim Barbosa, pela absolvição. "Ele sempre afirmou que, para existir lavagem, era necessário o conhecimento do crime anterior. E a principal defesa da Anita foi essa: era impossível, e o Ministério Público jamais provou o contrário, que ela pudesse ter ideia da existência dos crimes anteriores."

Empate

O advogado do ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), João Gomes, afirmou estar em uma "situação difícil". A sessão desta quinta terminou com cinco votos favoráveis a seu cliente e dois contrários. Por causa da ausência do ministro Gilmar Mendes, que viajou ao exterior, os ministros Celso de Mello e Ayres Britto evitaram adiantar o voto. "O mais importante foi a qualidade dos cinco votos. Foram posições absolutamente dentro da dogmática, que demonstram um Supremo preocupado em estabelecer o limite da decência no Estado Democrático de Direito. Como foi bom ver a dogmática e a razão vencerem a emoção", disse.

O advogado se emocionou após falar com os jornalistas. "Como cidadão, as condenações de José Genoino e José Dirceu foram muito doídas, e continua a dor." Ele disse que aguarda "ansioso" a segunda-feira, quando o julgamento de Paulo Rocha e demais réus será retomado. "A ansiedade é amiga-irmã de corintiano, que é o que eu sou", afirmou.

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