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A sessão de acareação dos advogados Maria Cristina Rachado e Sérgio Wesley da Cunha serviu para deixar evidente a ligação dos dois com o crime organizado. Na prática, porém, foi encerrada da mesma forma que começou: à espera de que a Justiça Federal se pronuncie sobre o pedido de prisão preventiva dos dois advogados.

O deputado Moroni Torgan, que preside a CPI do Tráfico de Armas, que promoveu a acareação, afirmou que apenas o fato de trabalharem para o criminoso Marcos Camacho, o Marcola, deveria constranger Maria Cristina Rachado e Sérgio Wesley da Cunha. Num discurso em que demonstrou repulsa ao comportamento dos dois, encerrou a sessão pedindo à Justiça que decrete a prisão dos dois advogados.

A CPI já havia pedido a prisão preventiva dos dois advogados à Justiça na semana passada.

Na acareação desta quinta-feira, ficou claro que os dois advogados atuam juntos na defesa de criminosos ligados ao crime organizado em São Paulo. Já na terça-feira, Maria Cristina e Sérgio Wesley admitiram que visitaram Marcola num mesmo dia - 25 de janeiro, o dia do aniversário do bandido.

Marcola é apontado como chefe da facção que comandou a semana de terror em São Paulo, com a morte de 44 policiais, além de quatro civis comprovadamente inocentes. Outras 110 mortes incluem suspeitos.

Ao falar para a advogada Maria Cristina, casada com um delegado da polícia paulista , Torgan perguntou:

- Um fato me calou fundo, a senhora não se sentiu mal de saber que essa fita que foi pega ajudou na rebelião que matou um monte de policias. Não constrange estar advogando para uma facção criminosa que manda matar colegas do seu marido? Não teve nenhum sentimento dentro da senhora?

Torgan afirmou que a advogada chegou a chorar ao falar de sua própria carreira arruinada, mas não se constrange em fazer serviço de 'pombo-correio' para uma organização criminosa que matou

- Olha a frieza que estou vendo aqui agora. Estou vendo a frieza de vocês. Fico triste com isso. A Justiça precisa decretar essa prisão preventiva logo. Sou policial de profissão, mas também sou chefe de família e me dói quando vejo pessoas como a moça que morreu porque estava do lado de um policial. Isso tudo não constrange? - perguntou.

Torgan afirmou que a CPI não vai permitir que nenhuma organização criminosa a intimide.

Apesar das evidências e das contradições, Maria Cristina e Sérgio Wesley foram, no máximo, achincalhados por alguns deputados presentes à acareação.

Sérgio Wesley chegou a ser preso por 'desacato' ao deputado Arnaldo Faria de Sá.Interrompido pelo deputado, que disse que ele "tinha aprendido muito com a malandragem", o advogado disse:

- A gente aprende rápido aqui - afirmou.

Preso, Sérgio Wesley foi liberado sem pagar a fiança de R$ 300, com compromisso de se apresentar à Justiça Federal .

Maria Cristina nega

Maria Cristina voltou a negar que tenha comprado a cópia do CD com depoimento dos delegados de São Paulo a pedido de seu cliente, o Marcola. Caiu várias vezes em contradição . Teve revelado o fato de seu marido ser policial em São Paulo e estar sendo investigado pela Corregedoria. Deixou evidente que estava apenas se esquivando das acusações feitas pelo ex-funcionário da Câmara Arthur Vinícius Pilastre Silva.

Pilastre Silva também acabou confessando algo que toda a sociedade desconfiava: não receberia apenas R$ 200 para repassar ao crime organizado a cópia dos depoimentos dos delegados. Admitiu que, depois, receberia mais. Os R$ 200, afirmou, eram 'apenas um café'.

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