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A defesa de Suzane von Richthofen tentará desconstruir a imagem de assassina fria e calculista, que planejou a morte dos pais para se apoderar de seu patrimônio. Os advogados vão tentar convencer os jurados de que ela era uma menina rica, porém humilde, que gostava de ajudar aos outros, inclusive a família Cravinhos. Tanto que, segundo a defesa, a família dos irmãos a chamava de 'galinha dos ovos de ouro' ou 'bilhete premiado'.

- A tese de defesa de Suzane está pronta. É a própria história dela. Até os 15 anos, ela convivia bem com a família. Foi depois do namoro que tudo aconteceu - diz o novo advogado da ré, Mauro Otávio Nacif, que estará no julgamento de segunda-feira.

O advogado também vai enfatizar durante a defesa que Suzane era dominada pelo sexo. De acordo com ele, não o sexo carnal, mas um 'amor louco'. Segundo ele, Daniel Cravinhos foi o primeiro namorado dela e a dominava completamente.

Por isso, a tese da defesa é de houve uma coação moral irresistível (o domínio psíquico de Suzane por Daniel), e inexigibilidade de conduta diversa (Daniel colocou como opção para Suzane ou ele ou a família). O advogado questiona: se Suzane não tivesse conhecido o namorado, os pais dela teriam sido assassinados? Ele mesmo responde: jamais.

A favor dela o advogado diz que tem todas as declarações e cartas que foram escritas ao Daniel, afirmando que 'não vivia sem ele', por exemplo. Nacif afirma que prefere um júri formado por mulheres.

- Mulheres entendem de amor e de virgindade. Mesmo apaixonados, os homens têm um limite. As mulheres, não. Teve um caso recente de mulher que matou as duas filhas por amor ao namorado - afirma.

Sobre a autorização da Justiça para a exibição da entrevista dada ao 'Fantástico' durante o julgamento (em que ela aparece sendo orientada a chorar), outro advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, afirma que vai ter a chance de se defender e mostrar que se tratou de uma montagem.

- Foi utilizada a imagem feita num dia e colocado o diálogo captado em outro uma montagem - afirmou, acrescentando que vai assumir a defesa neste momento. Para ele, a exibição dificulta a defesa, que terá de perder tempo com o assunto.

Oliveira afirmou ainda que na disputa pela herança dos pais, Suzane não teria pedido os bens, mas estaria preocupada com administração do patrimônio que é do Andreas, irmão dela. Segundo o advogado, ela soube que um dos apartamentos estava com o condomínio vencido há mais de um ano.

De acordo com Oliveira, Suzane não tem nada hoje, apenas a família que a abriga (de seu ex-tutor Denivaldo Barni). Ele explicou que Suzane não está sendo representada pela Defensoria Pública, já que em tese não tem rendimentos para pagá-lo, porque tem muita amizade com Barni. Segundo ele, os dois são professores da mesma universidade.

A presença de Mauro Nacif no caso às vésperas do julgamento chamou a atenção. Mas o advogado disse que esteve presente o tempo todo já que é sócio do escritório. Mas por uma decisão consensual de toda a defesa, ele estará à frente do caso e vai ao tribunal juntamente com o advogado Mário Sérgio, que vinha conduzindo a defesa. Nacif afirma estar tranqüilo, porque já participou de cerca de 700 júris. Ele ainda não sabia o nome de todas as testemunhas de defesa. Entre elas, estarão uma amiga da faculdade de direito da PUC, um amigo em comum de Suzane e Cravinhos e uma pessoa que conviveu com ela desde a liberdade provisória. Entre as testemunhas de acusação, estarão o tio de Suzane, o irmão dela e dois policiais.

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