Líder da oposição, o tucano Aécio Neves irá para a rua no dia 16 nas manifestações contra a presidente Dilma.| Foto: Pedro França /Agência Senado

Em reunião nesta terça-feira (4) com líderes e vice-presidente do PSDB, o presidente Aécio Neves (MG) anunciou o fechamento de questão do partido em apoio às manifestações convocadas para o dia 16 de agosto em todo país. Esse apoio e chamamento será veiculado em inserções nacionais do PSDB na quinta-feira (6) e sábado. Na reunião, houve consenso também em manter cautela em relação a um possível processo de impeachment e deixar o destino da presidente Dilma Rousseff nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF).

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Os tucanos avaliam que a prisão do ex-ministro José Dirceu será um ingrediente a mais para promover as manifestações do dia 16, além da inflação e do desemprego. Ao anunciar sua presença e as chamadas que o PSDB fará na TV, Aécio disse que tem que ficar claro que é um movimento da sociedade civil, e o PSDB vai participar como parcela dessa sociedade civil.

Senador do PSDB chama manifestantes de “vagabundos”

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) chamou de “vagabundos” manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros. O grupo fazia um protesto no aeroporto de Brasília nesta terça-feira (4) contra a aprovação do projeto de lei que altera a participação da Petrobras na exploração do pré-sal, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP).

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“Vou ser um entre milhões de brasileiros indignados. Sobre impeachment, o que apoiamos são as investigações e o desfecho é responsabilidade exclusiva do governo. Não adianta tentarem jogar isso na conta da oposição. Os que falam em golpe, por favor, leiam o que diz a Constituição sobre golpe. Os que falam em golpe são os que golpeiam a democracia constrangendo as instituições”, ressaltou Aécio.

Os tucanos acham que o PT pode responsabilizar o PSDB em caso de tumulto, mas dizem que com ou sem a presença do partido isso pode acontecer. “Vamos para a rua, cada um em seu estado. Estaremos ao lado da sociedade. O que o PT vai falar depois, não podemos prever”, disse o líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB).

Sobre as tentativas do comando do governo de blindar Dilma do desfecho da Operação Lava Jato, depois da prisão do ex-ministro José Dirceu, Aécio disse que isso mostra mais ainda a fragilidade da presidente e seria uma espécie de “confissão de culpa”. Ele afirmou que as investigações da Lava Jato já chegaram muito perto do Palácio do Planalto, e o “extrato desse assalto” às empresas públicas mostra que serviu para alimentar o projeto de poder hoje encarnado na figura da presidente Dilma.

“Claro que sim! Quanto mais ministros de estado se apresentam para dizer que a presidente Dilma não tem nenhuma responsabilidade por esse esquema criminoso, mais admitem a fragilidade do governo. Não vamos antecipar nenhum cenário, mas o fato concreto é que o governo está a beira de um ataque de nervos, porque foi o beneficiário da submissão completa de nossas empresas para manter o seu projeto de poder. Na eleição passada, chegaram à vitória tirando recursos de empresas públicas”, disse Aécio.

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Ao repetir que não tem medo e que aguenta a pressão, Aécio diz que Dilma mostra mais fragilidade. “A presidente Dilma hoje está alheia, distante da realidade. Quanto mais é levada a coisas como a que disse na reunião dos governadores, lembrando a data final do seu mandato, mais mostra sua insegurança”,afirmou Aécio.