A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) não irá defender José Dirceu, preso na segunda-feira (3) pela Lava Jato, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A avaliação, nos bastidores, é que defendê-lo pode agravar a crise da qual o partido e a gestão de Dilma Rousseff (PT) são alvos, registra o jornal.
A posição da sigla é diferente da adotada em 2013, quando Dirceu foi preso devido à condenação no mensalão.
Segundo o jornal, há o argumento de que Dirceu “pode ter montado um esquema para benefício próprio na Petrobras”.
Saída para a crise e o isolamento político está na pauta da reunião do PT
Impactada pela prisão do ex-ministro José Dirceu e com suas bancadas isoladas no Congresso Nacional neste retorno do recesso parlamentar, a Executiva Nacional do PT está reunida na manhã desta terça-feira, 4, na sede do partido em Brasília. A reunião mensal, que havia sido agendada há duas semanas, agora será marcada pela discussão de como reagir diante de um cenário de “cerco” se fechando.
No dia em que o petista José Dirceu foi preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, o partido se limitou a divulgar uma nota negando apenas que a legenda teria feito operações financeiras ilegais. O nome do ex-ministro do governo Lula não foi sequer mencionado na mensagem.
“O Partido dos Trabalhadores refuta as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção. Todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”, dizia o comunicado.
Hoje, Falcão chegou mais cedo à reunião e entrou pela garagem na sede do partido, evitando assim o contato com os jornalistas. Até o momento, nenhum dirigente do PT deu declarações e a expectativa é de que só no final do encontro, possivelmente no final da tarde, eles se pronunciem.
Na semana em que a sigla apresentará seu programa partidário na TV (a veiculação será na próxima quinta-feira, 6), o comando petista busca uma saída para o cenário de acirramento político, onde até a sede do Instituto Lula, em São Paulo, foi atacada por um artefato explosivo. Os desdobramentos da Operação Lava Jato, a crise econômica (aumento do desemprego e da inflação), o agravamento da articulação política do Palácio do Planalto e os preparativos para grandes mobilizações contra o governo petista no dia 16 serão os principais pontos da reunião
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