O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta quinta-feira (12), em Belo Horizonte, que não admite a possiblidade de o partido abrir mão de realizar prévias internas para escolher o candidato que disputará a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.
"Eu prefiro não admitir ainda essa hipótese porque seria contrariar uma posição que tem sido externada claramente pelo presidente do partido e por várias lideranças do partido. Vamos aguardar que o PSDB faça aquilo que acredito que é o melhor para o seu futuro", disse o governador. A transcrição da entrevista foi divulgada pela assessoria de imprensa do governo.
Segundo o tucano, que desponta junto com o governador de São Paulo, José Serra, como as principais indicações do partido à sucessão, as "decisões centralizadas" do partido levaram a duas derrotas consecutivas.
"Repito o que tenho dito: aqueles contrários às prévias têm dito que não é da tradição do partido. Exatamente a tradição das decisões centralizadas nos levou a duas derrotas consecutivas. Acredito que está na hora de mudarmos a tradição da escolha dos candidatos do partido, democratizá-la também para mudarmos o resultado das eleições, tornando-os agora favoráveis ao PSDB", completou.
Aécio disse ter ouvido do presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), o compromisso de, até o final do mês de março, regulamentar as prévias. Questionado sobre declarações de deputados do PSDB paulista de que não haveria tempo hábil para realização de prévias, o governador disse que "querendo, é muito fácil de fazer e muito bom para o partido".
FHC
O governador mineiro também comentou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em reunião com deputados tucanos, pediu que agilizassem o processo de definição da candidatura no PSDB.
Para Aécio, este não é um indicativo de que FHC seja contra as prévias. "Acho muito difícil que alguém possa se posicionar efetivamente contra a mobilização do partido, contra uma decisão que só tende a fortalecer o partido."
Na opinião do tucano, a partir do momento que o partido tiver um candidato, ele passará a ter uma "densidade muito maior" e poderá ocupar um espaço "desfavorável em relação à candidatura apresentada como a candidatura do governo federal, que tem instrumentos que tem utilizado largamente e obviamente com uma exposição maior que essas candidaturas".
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