Após passar toda a campanha em Belo Horizonte traçando a aliança informal entre PSDB e PT em torno do nome de Márcio Lacerda (PSDB) que disputa contra Leonardo Quintão (PMDB) como exemplo para o Brasil, o governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves admitiu neste domingo (26) que considera difícil um acordo com fins eleitorais em 2010 entre os partidos oponentes no cenário nacional.

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"2010 é um outro cenário, mas acho que um clima de maior convergência pode haver, com pacto em relação a algumas teses, mas não uma aliança eleitoral, assinalou Aécio. Existe em relação ao prefeito [de BH, Fernando Pimentel, do PT], ao governador e muitos outros atores políticos o sentimento de que atuando em conjunto, as coisas andam com mais velocidade, os resultados vêm com mais consistência. Não podemos ser refém desse maniqueísmo que coloca num extremo do espectro político o PSDB e no outro o PT, se enfrentando por uma busca exclusiva do poder", defendeu o governador.

O discurso de convergência é um dos trunfos que Aécio usa para tentar se consolidar como uma opção sucessão presidencial. Já sondado inúmeras vezes para se filiar ao PMDB com vistas a este projeto, o governador desconversou mais uma vez quando questionado sobre o tema e a possibilidade de deixar o PSDB. "Tenho muitos amigos no PMDB, felizmente. Vamos com calma", resumiu.

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Apesar de contar com a admiração de parte do PMDB nacional, Aécio gerou, por sua atuação incisiva pró-Lacerda na eleição de BH, descontentamento da bancada de deputados estaduais peemedebistas. O governador, entretanto, afirmou não crer em seqüelas duradouras. "A bancada do PMDB tem sido parceira nossa e não acredito que em razão de um resultado eleitoral os deputados queriam ir para a oposição ao nosso governo. O governo tem investido muito em todas as regiões, inclusive onde estes deputados tem suas bases eleitorais", argumentou Aécio.