O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), negou nesta terça-feira que tenha ficado enfraquecido no partido com a nomeação de Geraldo Alckmin (PSDB) para ocupar uma secretaria na gestão do paulista José Serra. A indicação é vista como um movimento de Serra na disputa com Aécio rumo à Presidência em 2010.
Para Aécio, a decisão do colega paulista fortalece o PSDB em São Paulo, movimento já conquistado em Minas.
"Se José Serra ganhar é bom para todos nós. É muito importante o fortalecimento do governador de São Paulo, é muito importante a unidade do partido em São Paulo. Felizmente em Minas, estamos vindo de uma trajetória de muita unidade e talvez essa seja a razão maior das nossas vitórias. O PSDB forte em São Paulo, o PSDB forte em Minas Gerais", disse Aécio a jornalistas.
Aliado de Alckmin no partido, Aécio disse que recebeu um telefonema do ex-governador paulista nesta terça em que ele lhe relatou as circunstâncias pelas quais assumiu o posto. "Muito mais no intuito de colaborar na construção partidária", contou Aécio.
O governador mineiro ironizou a indicação de Geraldo Alckmin: "É uma homenagem a todos nós tucanos, mas acho que a mim em especial."
Na tentativa de unir o PSDB paulista em torno de seu nome, Serra chamou Alckmin para a secretaria do Desenvolvimento.
Trata-se de uma aproximação entre os dois tucanos, que tiveram disputas intrapartidárias que resultaram na vitória interna de Alckmin, mas levaram à derrota do partido nas eleições presidenciais de 2006 e para a prefeitura paulistana em 2008. O movimento ajudaria a neutralizar Aécio na corrida interna pela sucessão presidencial.
Nesta terça-feira, Aécio recebeu na capital mineira o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do DEM na Câmara, que saiu sem garantir apoio à ambição de Aécio.
O governador e o deputado negaram que o encontro fosse uma resposta ao apoio declarado por líderes do Democratas à candidatura de Serra à Presidência.
A adesão do DEM foi anunciada na última semana pelo presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Desde que recebeu o apoio do governador à sua reeleição, ficou implícita aliança a Serra em 2010.
"Nós (DEM e PSB) estaremos juntos, seremos parceiros no projeto de 2010. Agora, o Democratas não vai antecipar nenhum tipo de decisão, assim como também respeitará os procedimentos internos do PSDB. Eu sou quem o PSDB definir", disse ACM Neto.
Segundo o deputado, o Democratas é "privilegiado" por contar com dois nomes como parceiros. "São competitivos, reúnem condições e estão preparados para presidir o Brasil", afirmou.
"Ainda bem que nós temos uma relação muito saudável tanto com o governador Serra quanto com o governador Aécio", ressaltou o líder do DEM.
No início da semana passada, o presidente do DEM mineiro, deputado federal Carlos Melles, declarou apoio da legenda no Estado a Aécio. No próximo mês, Aécio também deve se reunir com o próprio Rodrigo Maia. Na pauta, além da sucessão presidencial, a composição de chapa para disputar o governo mineiro, já que o DEM não tem tradição no Estado.
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