Na tentativa de se posicionar como líder da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta terça-feira (4), ao chegar no Congresso Nacional, que vai "ser a oposição sem adjetivos". "Eu chego hoje (terça) ao Congresso Nacional para exercer o papel que me foi delegado por grande maioria da população brasileira, por 51 milhões de brasileiros. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos brasileiros. No mais, vamos cobrar explicações e eficiência". O senador por Minas Gerais retorna nessa terça-feira (4) pela primeira vez ao Senado após ser derrotado por pequena margem de votos no segundo turno da eleição presidencial no último dia 26, quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita.
O senador voltou ao Senado na tarde desta terça-feira acompanhado por cerca de 600 militantes tucanos. Presidente nacional do PSDB, o senador mencionou as manifestações pós-eleições de eleitores frustrados com o resultado das eleições e sobre pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e intervenção militar. "Eu respeito a democracia permanentemente e qualquer utilização dessas manifestações no sentido de qualquer tipo de retrocesso terá a nossa mais veemente oposição. Eu fui o candidato das liberdades, da democracia, do respeito. Aqueles que agem de forma autoritária e truculenta estão no outro campo político, não estão no nosso campo político."
Sobre o seu estilo de fazer política, também afirmou que defenderá as liberdades. "Hoje o Brasil se encontra com o seu futuro a partir das manifestações que estamos vendo ocorrerem em várias partes do País. A nossa posição será sempre em defesa intransigente da democracia, das liberdades, contra qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa e de quaisquer outras liberdades, sejam coletivas ou individuais."
Dilma venceu as eleições 'perdendo', afirma Aécio
Logo na entrada Aécio afirmou que a derrota para a presidente Dilma Rousseff fortalece na oposição e se declarou "revigorado" com o retorno após uma semana de folga: "O governo da presidente Dilma venceu as eleições perdendo e eu e a Marina Silva (PSB) perdemos vencendo".
Na rápida entrevista que deu no corredor de acesso ao plenário da Casa, Aécio Neves criticou a forma como o governo Dilma atuou durante a campanha eleitoral. Segundo ele, os ataques do PT inviabilizam um diálogo produtivo entre a base aliada e a oposição. "Esse governo, pela forma como agiu na campanha eleitoral, de uma forma absolutamente desrespeitosa e absolutamente temerária em relação aos beneficiários de programas sociais, que estiveram permanentemente ameaçados de perder os benefícios se nós vencêssemos as eleições, não os legitimam para uma proposta de diálogo sem que o conteúdo das propostas seja conhecido", disse o senador.
Por diversas vezes, o tucano aproveitou para cutucar a petista: "A presidente Dilma deve tomar muito cuidado, senão seu governo chega no dia primeiro de janeiro com cheiro de fim de festa".
Economia
Aécio sinalizou que uma das bandeiras que pretende carregar na volta ao Senado passa pela "transparência na economia", o combate à corrupção e a cobrança de melhoria dos indicadores sociais. "Seremos intérpretes da pauta da sociedade brasileira. O Brasil discutiu uma agenda, que passa pela transparência na economia, a melhoria dos nossos indicadores sociais, por uma investigação profunda e dura de todas as denúncias que aí estão a pulular todos os dias. Essa é a agenda da sociedade brasileira nós vamos estar prontos para defendê-la", destacou.
O tucano fez questão de exaltar a liberdade de imprensa como uma das suas principais linhas de atuação no Parlamento. Ele também ressaltou que é um defensor "intransigente" da democracia. "A nossa posição será sempre em defesa intransigente da democracia, das liberdades, contra qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa e de quaisquer outras liberdades, sejam coletivas ou individuais", disse. Ao final da entrevista, Aécio disse que não faria um pronunciamento na tribuna do Senado hoje. Ele subiu para seu gabinete, que fica no Anexo I da Casa.
Logo depois, ele se reuniu com aliados em seu gabinete, para discutir como será a atuação do PSDB no Congresso após as eleições. Um dos temas em pauta é a eleição para a presidência da Câmara e do Senado no ano que vem. A avaliação dos presentes, entre eles o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA), é que a oposição saiu fortalecida das urnas e voltará ao Congresso com mais poder do que durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em uma avaliação de como o partido precisa se organizar para chegar fortalecido em 2018, Aécio disse que será preciso manter a mobilização vista durante a eleição, principalmente entre os mais jovens. Segundo o senador, o PSDB tem de incentivar a juventude tucana a disputar os diretórios acadêmicos para fazerem o debate político dentro das universidades. "Não podemos deixar isso desidratar", afirmou.
Aécio retorna ao Congresso
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