O Comando da Aeronáutica quer a punição exemplar com cadeia e expulsão de pelo menos 18 militares que participaram do motim que resultou na supensão, na última sexta-feira, de 80% do tráfego aéreo nacional. Este ponto é considerado de honra para os oficiais da FAB e será o norte do Inquérito Policial Militar (IPM) em curso, por solicitação do Ministério Público Militar. Este deverá ser mesmo o destino dos controladores. Nesta terça-feira, o presidente do Superior do Tribunal Militar (STM), brigadeiro Henrique Marini e Souza, disse ao GLOBO que o motim foi o mais grave ato na Força desde uma revolta ocorrida em 1963.
Os chefes na FAB querem deixar claro que não são tolerados casos de insubordinação e que a disciplina continua inabalada nos quartéis. A lista com os nomes está sendo fechada com base em informações da Inteligência da instituição e abrangerá militares dos Cindactas de Brasília e de Curitiba. O IPM será restrito aos controladores que desacataram seus superiores, independentemente de serem ou não reconhecidos como líderes do movimento.
Quem entrar na lista de denunciados à Justiça Militar vai ser afastado imediatamente da atividade operacional, passando á área administrativa até o resultado do julgamento.
Os demais controladores cerca de 260 no Cindacta-1, que estavam aquartelados voluntariamente serão enquadrados por transgressão disciplinar.
A transgressão suja a folha do militar, o descredencia a receber promoções e ocupar vários cargos, mas não tem as mesmas conseqüências da condenação, da prisão prolongada e da expulsão.
O presidente do STM considerou o ato dos controladores mais grave que o episódio de 1963, quando sargentos da Aeronáutica se rebelaram, em Brasília, em protesto contra decisão do STM de declarar os praças das Forças Armadas inelegíveis. Até ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi detido pelos rebeldes na época.
A disciplina e a hierarquia são dois valores que não podemos abrir mão. Foi um comportamento inusitado dos controladores de vôo, que são militares em serviço numa unidade militar. No meio militar a reação ao que eles fizeram não foi boa. Foi mais grave do que ocorreu em 63 disse o brigadeiro Marini.
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