Deputado do PSOL pede cassação de Afif à Assembleia de SP
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) protocolou nesta quinta-feira (9) na Assembleia Legislativa de São Paulo um pedido de cassação do mandato do vice-governador, Guilherme Afif Domingos (PSD) porque eEle pretende acumular o cargo com suas funções no governo paulista.
No pedido, encaminhado ao presidente da Assembleia, Samuel Moreira (PSDB), Giannazi diz que Afif atenta contra "a dignidade, a honra e o decoro" do cargo de vice-governador ao assumir o ministério. O deputado estadual do PSOL afirma que a dupla função causará conflito entre os interesses do Estado e os do governo federal e "atenta contra a autonomia" de São Paulo.
A presidente Dilma Rousseff deu posse na manhã desta quinta-feira ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), na Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que tem status de ministério. No discurso de posse, Afif lembrou sua luta pelos micro e pequenos empresários. Ele agradeceu Dilma pela coragem em criar o 39º ministério e pela oportunidade de ser o primeiro a liderar a Pasta.
"Eu me sinto emocionado neste momento e agradeço, presidente Dilma, pela oportunidade que a senhora me dá para poder continuar a bandeira da minha vida", disse.
Segundo Afif, a criação do 39º ministério de Dilma será de articulação.
"A senhora teve a coragem de enfrentar a todos", disse, completando: "E ninguém pode criticar, porque é um ministério de articulação."
Afif destacou que será necessário articular uma ação conjunta com Executivo e Legislativo para tocar o ministério, que terá uma estrutura simples. "Micro e pequena empresa não é bandeira partidária é uma bandeira nacional", afirmou. E comparou a burocracia ao colesterol: "Burocracia é como colesterol, tem o bom e tem o ruim. O bom é o serviço público exemplar, é aquele que lubrifica as artérias, permitindo o fluxo. O ruim é aquele que entope, atrapalha o desenvolvimento do país. É esse que vamos combater, a má burocracia."
Ao terminar, o novo ministro destacou: "Esse não será o ministério da verba, mas do verbo", garantiu.
A presidente Dilma Rousseff, que discursou logo depois de Afif, concordou com a avaliação que o novo ministro fez da burocracia. "De fato, tem a boa burocracia, que é a regulamentação correta que o Estado tem que fazer, mas há a péssima burocracia, que ao invés de dar suporte ou ajudar a desenvolver, entrava. Essa é uma questão que está no cerne da expansão da pequena e micro empresa. É necessário em todas as atividades desburocratizar o país", disse a presidente, que afirmou que o ministério não será só do verbo, como dissera o novo ministro, mas também da verba. "O governo precisa incentivas as micros e pequenas empresas", ressaltou.
A posse foi bastante concorrida. Entre os presentes estavam o ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD Gilberto Kassab, o deputado Paulo Maluf, que se sentou num lugar discreto, além de parlamentares do PMDB, do PSB e de outras legendas.
Afif defende aperfeiçoamento e ampliação do Simples
Em entrevista após tomar posse, Guilherme Afif Domingos anunciou que uma das suas prioridades será levar para a sua pasta o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) que cuida das juntas comerciais. Afif pregou ainda mudanças no sistema tributário do Simples. "O Simples precisa ser aperfeiçoado, ampliado e inclusive discutir a substituição tributária que acabou anulando o efeito de benefício da micro e pequena empresa". Para ele, se vier um simples para a doméstica, ele deveria ser estendido também para as micro e pequenas empresas, "porque uma microempresa é uma grande família".
O objetivo, ao levar o DNRC para a nova secretaria, é facilitar o trabalho de abertura e fechamento de empresas. Este processo passará por uma discussão com a Receita Federal, onde está localizado o REDESIM (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios), que Afif quer aprimorar.
Para facilitar o trabalho de abertura e fechamento de empresas, Afif disse que será necessária a unificação do fisco federal com os estaduais e municipais. "Já existe uma legislação. O que falta é uma integração. Falta é articulação para que aconteça, porque você vai precisar unir o fisco federal com os fiscos estaduais e municipais", disse.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Câmara vai votar “pacote” de projetos na área da segurança pública; saiba quais são
Deixe sua opinião