O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse discordar da tese usada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para justificar o apoio do PSDB à proposta pelo fim da reeleição votada na semana passada. O senador tem dito que a reeleição tem feito mal ao Brasil. Alckmin, que já foi duas vezes reeleito, disse: “Acho que é cedo para chegar a essa conclusão. Nós somos muito mudancistas. É um tal de mudar a Constituição todo dia”, disse.
Alckmin declarou ainda, durante a conversa na última quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes, não haver nada a comemorar sobre as mudanças aprovadas, até agora, pela Câmara no reforma política. Perguntado como resumiria o trabalho feito por enquanto. “Zero. Tem que tentar salvar ainda alguma coisa”, reclamou.
Ele lamentou os deputados não terem aprovado o fim das coligações proporcionais e a criação da cláusula de barreira e do voto distrital. “Foi uma pena não ter passado o fim das coligações proporcionais. Eu achava que era uma das poucas coisas que seriam aprovadas. Paciência. A cláusula de barreira também acabou não passando. O voto distrital para nós do PSDB é proposta partidária. Mas fazer o quê? Você não manda no Congresso. Perdemos. Eu entendo uma reforma política teria que passar necessariamente por uma redução do número de partidos, fim da coligação proporcional e criação de cláusula de barreira e voto distrital”.
Na entrevista, Alckmin defendeu ainda a união do PSDB com o PT e outros partidos para derrotar a proposta do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de redução da maioridade penal.
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