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Ao abrir a sessão em que será votado o relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Roberto Brant (PFL-MG), o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, disse que o julgamento de Professor Luizinho (PT-SP) também será realizado nesta quarta-feira e ameaçou cortar o ponto dos ausentes. A previsão é que o julgamento de Brant termine às 20h e, em seguida, comece o de Luizinho. Aldo abriu a sessão com quórum baixo, de apenas 228 na Casa e poucos parlamentares em plenário. O clima é de tranqüilidade em relação a Brant e os prognósticos na oposição é de que Luizinho também se salvará.

- Eu não acho, eu tenho certeza. Os dois serão absolvidos porque eu nasci nessa Casa e tenho ouvido. E o que tenho ouvido nos ultimos três dias é que não há espírito para cassar ninguém. O Brant vai ser de lavada, mas o Luizinho, por menos - disse Laura Carneiro (PFL-RJ), afirmando que a situação mudará para os próximos a irem a plenário.

Já o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), disse que os dois podem ser cassados ou não, mas a tendência maior é que Brant seja absolvido e que Luizinho fique no limite, podendo ser absolvido pelo baixo quórum no plenário no fim da noite desta quarta. E alertou:

- Se o deputado votou no primeiro e não votou no segundo, significa que ele votou aberto a favor do Luizinho, que se beneficia do quórum baixo - disse o pefelista.

Pouco depois das 16h, o deputado Nelson Trad (PMDB-MS), relator do processo contra Brant, passou a fazer a defesa de seu parecer. Depois dele, será a vez de Brant fazer sua defesa e, em seguida, falam três parlamentares a favor e três contra o acusado. Só depois começa a votação do relatório, que deve terminar por volta das 20h. Trad disse que o dinheiro circulou de forma clandestina desde sua origem até seu destino, sem qualquer registro.

Com grandes chances de absolvição, Brant terá seu processo votado primeiro e por isso, acredita-se que Luizinho estaria em desvantagem por ter seu processo votado em seguida. Entre os cinco petistas que estão sob processo, o ex-líder do PT teria as maiores chances de ter o mandato preservado, não fosse julgado logo após uma possível absolvição. Embora não tenha vingado a proposta de alguns petistas de fazer uma votação simultânea dos processos, para impedir que o resultado do primeiro influenciasse o do segundo, uma mudança de agenda na última hora pode favorecer Luizinho. Em seu blog, Helena Chagas conta como uma homenagem da Câmara às mulheres muda muita coisa.

O mineiro Roberto Brant, que foi ministro da Previdência no governo Fernando Henrique, entrou na lista de cassações com a confirmação de que a doação de R$ 150 mil da Usiminas, em agosto de 2004, para sua campanha à prefeitura de Belo Horizonte, foi re- passada pela SMP&B de Marcos Valério. Em sua defesa, Brant chegou a negar que, apesar de o recurso ter sido para cobrir gastos de campanha, tenha usado dinheiro para essa finalidade. Isso o livraria da acusação de caixa dois, já que não prestou conta do dinheiro à Justiça Eleitoral. Em depoimento no Con- selho de Ética, o deputado admitiu que usou o recurso para pagar gastos de propaganda eleitoral partidária, porém antes do início da campanha, o que, segundo ele, não caracterizaria caixa dois. O argumento não convenceu o relator.

Já o ex-líder do PT na Câmara chegou a negar envolvimento com o mensalão, alegando que o homem listado como um dos sacadores da conta de Marcos Valério no Banco Rural seria um homônimo de seu assessor. Mas o deputado acabou admitindo que foi mesmo seu assessor José Nilson dos Santos quem sacou R$20 mil da conta da SMP&B Comunicação, em dezembro de 2003.

Em setembro do ano passado, na tentativa de com- provar que não usou o dinheiro para gastos pessoais, Luizinho apresentou à polícia declarações de pessoas que teriam prestado serviço na campanha eleitoral de alguns de seus aliados políticos. Durante a votação do Conselho de Ética que aprovou a cassação de seu mandato, o deputado emocionou-se ao citar a mãe, negou ter mentido e afirmou que não deu autorização ao ex-assessor José Nilson para receber os R$ 20 mil do valerioduto.

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