O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, disse nesta segunda-feira que não decidirá sozinho sobre uma possível convocação extraordinária durante o recesso parlamentar para que o Conselho de Ética possa concluir os processos de cassação dos parlamentares citados no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão. Aldo Rebelo disse que, se necessário, vai discutir o assunto com a Mesa Diretora, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), e os líderes dos partidos.
- Eu vou discutir com a Mesa Diretora, com o Ricardo Izar e com os líderes. Eu não posso decidir sozinho, a medida deve ser decidida pelo colegiado da Casa - afirmou.
Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou liminar em mandado de segurança impetrado por cinco petistas ameçados de cassação, Aldo disse que decisão da Justiça não se discute.
- Creio que decisão da Justiça acata-se, não se discute. Eu tenho o princípio de que decisão da Justiça é para ser cumprida - afirmou.
Aldo criticou as especulações sobre os resultados das investigações na Câmara, afirmando que é preciso esperar pelas decisões:
- Não podemos partir de impressões, não podemos trabalhar com esses critérios - a impressão de que vai ter pizza, por um lado, ou de que as punições serão aplicadas independentemente de culpa. O critério é o da justiça. Quem tem culpa deve pagar e quem não tem culpa não deve pagar - afirmou.
O presidente da Câmara não quis comentar a possibilidade de renúncia dos parlamentares para evitar a abertura de processo e o risco de perder os direitos políticos por oito anos.
- A renúncia é ato unilateral e pessoal. Tenho dificuldade de discutir aquilo que não está a meu alcance e decisão. Não é uma tarefa minha - disse.
Sobre a retomada das votações na Câmara, Aldo disse que tem havido quórum, mas que está faltando acordo para desobstruir a pauta.
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