“Ele [Waldemar souza] vai continuar no ministério, mas ainda não está definido em qual função.”Aldo Rebelo, ministro do Esporte, falando sobre o ex-braço direito de Orlando Silva que continuará na pasta| Foto: Antônio Cruz/ABr

O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), começou na segunda-feira a fazer mudanças na cúpula da pasta, mas manterá ao menos um dos suspeitos de irregularidades no ministério. É o caso do ex-secretário-executivo Waldemar Manoel Silva de Souza, que embora vá ser substituído pela economista Paula Pini, irá prosseguir no Esporte.

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"Ele [Waldemar] vai conti­­nuar no ministério, mas ainda não está definido em qual função", disse Aldo, ao explicar que Waldemar ficará encarregado de passar as funções para a futura secretária-executiva da pasta.

O nome de Souza surgiu no escândalo do esquema de convênios suspeitos de verbas do Esporte. Ele assinou convênios com organizações não governamentais suspeitas de irregularidades. Filiado ao PCdoB do Rio de Janeiro, Souza foi quem firmou o contrato de R$ 6,2 milhões com um sindicato de cartolas do futebol para um projeto fantasma da Copa do Mundo de 2014. O contrato foi cancelado no início do mês.

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Waldemar Souza faz parte da tropa do PCdoB dentro do ministério e era braço direito do ex-ministro Orlando Silva. Pas­­savam pelo crivo dele os principais contratos da pasta. Em suas entrevistas, o delator do esquema que derrubou Orlando, João Dias Ferreira, também denunciou Souza.

O nome dele aparece, por exemplo, na prorrogação de um convênio do programa Segundo Tempo no valor de R$ 911 mil com o Instituto de Desenvol­­­vi­­mento da Criança e do Ado­­­lescente (Idec), da cidade de Novo Gama (GO). A renovação foi publicada no dia 25 de agos­­­to deste ano no Diário Oficial da União. A entidade é de fachada e, apesar de ter assinado o contrato em 2009, jamais executou o projeto.

Após a revelação do caso, o ministério anunciou que decidira cancelar o contrato. No dia 25 de janeiro de 2011, Waldemar Souza assinou ainda um convênio de R$ 1,2 milhão com o Instituto Pró-Ação, outra entidade sob suspeita. A ONG repassou pelo menos R$ 1,3 milhão em cheques para empresas fantasmas em Valparaíso (GO). A entidade é apontada como "modelo de gestão" pelo Ministério do Esporte.