O deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) cancelou o discurso que faria da tribuna do plenário da Câmara na tarde desta terça-feira (11). O tucano alegou estar se sentindo mal e falou que realizará o pronunciamento na semana que vem.
Segundo tucanos ouvidos pela reportagem, Azeredo relatou que começou a passar mal na noite desta segunda, já por ansiedade. No voo de Belo Horizonte para Brasília na manhã de hoje, ele teria tido ainda uma crise de pressão alta. Ao deixar o Congresso, Azeredo negou que tenha recuado do discurso. A fala seria uma orientação da cúpula do PSDB para se defender. "Na semana que vem eu falo", disse o deputado. "Não estou me sentindo muito bem", completou.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu na semana passada que o Supremo Tribunal Federal (STF) condene Azeredo a uma pena de 22 anos de prisão e pagamento de multa de R$ 451 mil por participação do esquema de corrupção denominado mensalão mineiro.
O pedido foi encaminhado ao STF, que julgará o caso. Nas alegações finais entregues ao Supremo, o chefe do Ministério Público Federal afirma que Azeredo cometeu os crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O deputado voltou a dizer nesta terça-feira que não há provas contra ele.
PSDB
A Executiva do PSDB esteve reunida na manhã desta terça-feira (11) em Brasília para discutir as alianças estaduais para as eleições de outubro. Na reunião, o comando do PSDB aprovou resolução que dá à executiva nacional da sigla a palavra final sobre coligações e palanques a serem formados. A decisão tem como objetivo fortalecer a candidatura de Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência e abre caminho para palanques duplos do PSDB em diversos Estados - especialmente com o PSB.
Deputados e senadores do PSDB negaram que o caso de Azeredo tenha sido tratado. Na última sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República pediu 22 anos de prisão para Azeredo, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro.
Azeredo é acusado de ter autorizado o desvio de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atualizados) do banco estatal Bemge e de duas empresas públicas para um esquema organizado para financiar sua campanha à reeleição como governador de Minas Gerais, em 1998.Ao pedir a condenação de Azeredo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que seu papel no mensalão tucano foi "equivalente" ao do ex-ministro José Dirceu, considerado pelo Supremo o principal responsável pelo mensalão petista e atualmente preso em Brasília.Azeredo diz que não autorizou os repasses que alimentaram o caixa de sua campanha eleitoral e não pode ser responsabilizado por isso. Para ele, a Procuradoria não levou em consideração as provas do processo. "Sou absolutamente inocente", disse.Em entrevista à reportagem, Azeredo explicitou a tese central de defesa que é se comparar ao ex-presidente Lula. Ele sustenta que é tão inocente no caso do mensalão tucano quanto Lula é, em sua opinião, no rumoroso caso do mensalão petista."Minha situação é semelhante à do Lula. Ele foi presidente e houve problema no Banco do Brasil. Corretamente, não foi responsabilizado", afirmou. "Eu também não posso ser responsabilizado."
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