O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep-PR), Valdir Rossoni (PSDB), retirou da pauta de votação desta terça-feira (21) o Projeto de Lei (PL) do governo do estado que prevê reajuste de 6,49% nas remunerações dos servidores públicos estaduais divididos em duas parcelas. A retirada foi acordada entre os líderes do governo e da oposição para que haja tempo de esperar o governador Beto Richa (PSDB) voltar de viagem para mais uma rodada de negociação sobre o reajuste. A previsão é que uma votação ocorra na próxima segunda (27) ou terça-feira (28) após pressão de um grupo de servidores, que chegou a acampar em frente ao Palácio Iguaçu para reivindicar o pagamento do reajuste em cota única.
A proposta chegou a ser aprovada em primeira discussão, à tarde, durante a sessão ordinária da Alep. Foram 40 votos a favor da proposta e nenhuma abstenção ou voto contrário. Por volta das 17h30, então, houve a convocação de uma sessão extraordinária, para tentar aprovar a proposta de reajuste em segunda discussão e já poder encaminhar o PL para a sanção do governador. Antes de ocorrer os debates, no entanto, Rossoni chamou Ademar Traiano (PSDB), líder de governo; e Tadeu Veneri (PT), líder da oposição; para uma conversa que resultou na decisão de adiar a votação.
Os deputados de oposição prometiam apresentar pelo menos cinco emendas em plenário. A primeira dessas emendas ao Projeto de Lei consistia em tentar forçar que o reajuste seja pago em uma única parcela; a segunda incorporaria aumento de 1% ao reajuste de 6,49% correspondente às perdas com a Paraná Previdência; outra previa paridade entre todos os aposentados no tocante ao aumento; havia também uma emenda que propunha reajuste real de 6,11% ao funcionalismo; e a última que estabelecia reajuste de 13,6%.
Protesto
Durante toda a votação, parte dos servidores que fazem um protesto desde segunda-feira (20) em frente ao Palácio Iguaçu acompanhou a votação e outra parte ficou no acampamento do lado de fora. Elci Terezinha Veiga Costa, presidente do Sindicato Estadual dos Servidores da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindiseab), disse que a pressão feita por eles foi decisiva para o governo propor o adiamento. "Fizemos um movimento muito grande, os deputados do PT tinham conseguido, em um abaixo-assinado, assinaturas de 24 deputados para apoiar a emenda do pagamento em parcela única. Fizemos barulho lá em cima e em uma das interrupções na sessão eles voltaram com uma proposta de adiar a votação para terça e fazer o pagamento em uma única parcela", disse.
Terezinha relatou que após a sessão de votação os manifestantes começaram a levantar o acampamento, mas que a mobilização dos servidores não acabou. "Agora nós encerramos as atividades por enquanto, o pessoal já está indo embora. Mas já está assinalado que vamos nos reunir, em frente ao Palácio Iguaçu, às 10 horas da manhã, na terça-feira, para uma nova manifestação na assembleia" contou.
Vigília
Os manifestantes ficaram em vigília na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico, em Curitiba, desde a noite desta segunda-feira (20). Cerca de 70 servidores acamparam no local e armaram barracas com faixas contendo palavras de ordem.
Na manhã desta terça-feira (21), em uma reunião de aproximadamente duas horas, representantes do Fórum das Entidades Sindicais (FES) do Paraná discutiram a questão com o governador em exercício, Flávio Arns (PSDB). Ele afirmou que não iria retirar o projeto enviado à Alep que propõe reajuste de 6,49% pago em duas parcelas -, mas se comprometeu a conversar com o governador Beto Richa sobre o tema.
Manifestações anteriores
A categoria já havia se reunido no local, em 7 de maio, mas o ato terminou sem acordo com o Executivo. Em 13 de maio, o governo do Paraná anunciou o reajuste de 6,49% ao salário dos servidores públicos do estado. Desde então diversos atos e manifestações foram promovidos pelos servidores do estado.
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