Apontado como integrante de um esquema de "disque-propina" que envolveria pagamentos a políticos, Rafael Ângulo Lopes, um dos aliados do doleiro Alberto Youssef, fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e deve começar a depor formalmente nos próximos dias.
Ângulo é investigado por transportar dinheiro para o doleiro, fazendo entregas a clientes VIP em domicílio. De acordo com integrantes da força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, os depoimentos devem ser enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver políticos com foro privilegiado.
Por ora, ao menos 12 pessoas já aceitaram colaborar com as investigações. A rotina dos integrantes da força-tarefa envolve conversas semanais com advogados, que sondam as possibilidades de firmar acordo de delação premiada, em troca de redução de pena. As negociações com Ângulo visando à colaboração ocorrem há pelo menos um mês. Segundo a contadora Meire Poza, uma das testemunhas da Lava Jato, ele era o responsável pela "vida financeira" de Youssef, tendo conhecimento de pagamentos feitos dentro e fora do país, além de viagens.
Reportagem da revista "Veja", publicada no fim de semana, diz que Ângulo viajava pelo país em voos comerciais, com cédulas amarradas ao corpo, fazendo entregas.
Segundo a revista, ele teria feito "delivery" para a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), o senador Fernando Collor (PTB-AL), o deputado cassado André Vargas (sem partido, ex-PT), o deputado Luiz Argolo (SDD-BA), e o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA). Todos eles negam. A defesa de Ângulo não foi localizada nessa terça-feira, 17.
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