Votação de relatório que pede a cassação de Eduardo Cunha deve ser votado na terça-feira (7).| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Na véspera da votação do relatório que defende a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o aliado Arthur Lira (PP-AL) entregou nesta segunda-feira (6) à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) parecer que será usado para tentar salvar o mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados.

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O parecer de Lira é uma resposta a uma consulta formulada pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), também aliado de Cunha, sobre mudanças nas regras de cassação de mandato.

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Como esperado por aliados de Cunha, todas as respostas dadas por Lira se aplicam de forma benéfica ao peemedebista.

O parecer de Lira deve ser votado pela CCJ, a principal comissão da Casa, na terça-feira (7). No mesmo dia, o Conselho de Ética da Câmara vota o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do mandato de Cunha devido à acusação de que ele ocultou contas no exterior abastecidas por propina do petrolão.

A consulta feita por Maranhão à CCJ fazia quatro perguntas: 1) Se no caso de o Conselho de Ética decidir aplicar uma punição a um deputado, o plenário da Câmara deve votar um parecer ou um projeto de resolução vindo do Conselho; 2) se são admitidas emendas em plenário; 3) se essas emendas podem prejudicar o acusado; e 4) se no caso de o plenário rejeitar o projeto, é votado a denúncia original que pede a cassação ou ela é automaticamente arquivada.

Lira pediu para ser o relator da consulta, de acordo com o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR). O deputado de Alagoas nega.

O objetivo dos aliados de Cunha era o de que as respostas fossem a de que a votação é do projeto, que cabe qualquer emenda desde que não prejudique o acusado e que a rejeição do projeto não resulta na votação da denúncia original, pela cassação.

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Lira deu exatamente essas respostas, com destaque para a última, que se aprovada sepulta de vez a possibilidade de o plenário da Câmara votar a cassação de Cunha caso o Conselho de Ética aprove apenas uma punição branda ao peemedebista.

“Rejeitado, pelo Plenário, o projeto de resolução destinado à aplicação da penalidade, a respectiva proposição é simplesmente arquivada, com a consequente absolvição do parlamentar processado”, diz o texto assinado por Lira.

A ação dos aliados de Cunha é uma das últimas tentativas de salvar o mandato do peemedebista, afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, no dia 5 de maio, justamente sob o argumento de usar seu poder para tentar barrar as investigações da Lava Jato e de seu processo de cassação na Câmara.

O processo de cassação de Cunha já é o maior da história -deu início em outubro de 2015- e tem sido marcado por sucessivas reviravoltas patrocinadas por manobras de Cunha e de aliados.