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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu-se na tarde desta terça-feira com a cúpula do PMDB para avaliar sua situação e as conseqüências da representação apresentada pelo PSOL no Conselho de Ética, cuja votação ficou para quarta-feira.

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Ao saírem da reunião, realizada no gabinete da presidência do Senado, os aliados de Renan admitiram que o senador alagoano vive "um momento delicado", mas evitaram dar declarações públicas.

Entre os participantes da reunião estavam o senador José Sarney (AP) e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que limitou-se a dizer que foi apresentar a solidariedade da bancada ao colega de partido. Desde as primeiras denúncias contra Renan, publicada há cerca de três semanas, a base aliada vem tentando proteger o senador, mas as seguidas denúncias contra ele tem dificultado o arquivamento da representação.

O senador tenta comprovar que tinha recursos para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha e que não recorreu ao lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Renan também é suspeito de usar notas frias para comprovar rendimentos.

Renan continua se defendendo, e, nesta terça-feira, atribuiu a um erro de digitação o fato de dois recibos de venda de gado terem aparecido com o mesmo cheque nos documentos apresentados para comprovar seus rendimentos agropecuários. Renan distribuiu cópias dos cheques, um deles de abril e outro de maio de 2004, para comprovar o erro de digitação. Segundo ele, na verdade se tratam de cheques e negociações diferentes.

Um dos cheques, de número 409.575, tem o valor R$ 95.232. O outro recibo apresentado por Renan, que traz o cheque de número 409.571, seria referente a outra venda, no valor de R$ 30.800. Os dois cheques estão em nome de Marcelo Nunes de Amorim, correntista do banco HSBC. Renan alega que os números parecidos dos cheques teriam provocado o erro de digitação. O cheque de R$ 95.232 estava com o mesmo número do cheque de menor valor.

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O presidente do Senado negou ainda que tenha interferido na sessão do Conselho de Ética da Casa. Renan disse que está cuidando apenas de sua defesa.

- Eu não estou cuidando dessa coisa da comissão de ética. Eu estou cuidando muito é de fazer a prova contrária de tudo que disseram, absolutamente tudo que disseram. Eu quero que prevaleça a verdade. E para que isso aconteça, vou fazer o que for necessário - afirmou.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC) - Agência Senado O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), disse nesta terça que os resultados da perícia feita pela Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan não ficaram prontos e que os peritos vão precisar de um prazo maior para fazer as análises. Sibá avisou que vai estar à disposição da PF até o fim do dia, mas reafirmou sua intenção de ter o resultado da perícia antes da reunião do conselho, prevista para as 13h30m desta quarta, para que os senadores possam ler tudo com antecedência.

Sibá aproveitou para criticar o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que nesta manhã disse que conversou com diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que teria lhe dito que o pedido de mais tempo é para analisar a fundo inconsistências detectadas na defesa de Renan.

- Considero precipitado o senador Suplicy fazer conjecturas antes mesmo de conhecer o resultado do trabalho que estamos fazendo - disse Sibá.análise preliminar da

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Sibá também escolherá novo relator para a investigação, após o afastamento do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que está de licença médica. Com o afastamento de Cafeteira, Renan perde importante aliado.

Sibá admite que tem enfrentado muita resistência para indicar um novo relator para a representação do PSOL contra o presidente do Senado e afirmou que a relatoria deve ser encarada como uma missão pelos colegas.

- Vou conversar com alguns colegas. Tem que ser encarado como uma missão - afirmou.

Na segunda-feira, Sibá assumiu provisoriamente a relatoria do caso apenas para ler o relatório de Cafeteira. Como a votação foi adiada para quarta-feira, Sibá decidiu escolher novo relator, que deve fazer um novo parecer, incluindo o resultado da perícia feita pela Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan.

Sibá admite também que o parecer de Cafeteira, pode ser alterado pelo novo relator, mas não acredita que será necessário. Ao contrário do que defende a oposição, para quem a comprovação da autenticidade dos documentos não será suficiente para provar que as compras de gado realmente aconteceram, Sibá entende que a perícia que está sendo feita pela Polícia Federal é decisiva. Se for comprovado que os documentos são autênticos, ele considera que também são convincentes as declarações de Renan.STF arquiva interpelação de Mônica

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou na noite desta segunda-feira o pedido de interpelação proposto pela jornalista Mônica Veloso contra Renan. Mônica pedia que o STF obrigasse o parlamentar a confirmar se chamou a jornalista de chantagista em entrevista concedida à revista "IstoÉ".

A resposta obtida de Renan poderia motivar uma ação penal contra ele por crime contra a honra. Mas o ministro considerou que o caso não era para interpelação: Apesar do arquivamento, Mônica ainda pode entrar com ação contra Renan pelas declarações.

Advogado nega que Mônica tenha chantageado RenanEm depoimento nesta segunda-feira no Conselho de Ética, o advogado Pedro Calmon, representante da jornalista Mônica Veloso, disse que sua cliente jamais chantageou Renan Calheiros, acusado de ter contas pessoais - inclusive a pensão da filha que teve com Mônica - pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

O início da sessão foi tenso e virou uma grande arena de agressões. Renan acionou uma ativa tropa de choque e a municiou com documentos na tentativa de desqualificar a conduta de Calmon e de Mônica. Mônica chegou a ser acusada de ter pedido, juntamente com o advogado, R$ 20 milhões para não divulgar um dossiê contra Renan. Calmon não se intimidou e contestou diversas vezes, de forma ostensiva, a versão apresentada pelo presidente do Senado em sua defesa sobre o pagamento de R$ 100 mil a Mônica.