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O presidente do Senado disse ainda que Lula “considera urgente” regulamentar a terceirização, contanto que não se permita que as atividades-fim sejam terceirizadas nas empresas | Jonas Pereira
/Agência Senado
O presidente do Senado disse ainda que Lula “considera urgente” regulamentar a terceirização, contanto que não se permita que as atividades-fim sejam terceirizadas nas empresas| Foto: Jonas Pereira /Agência Senado

Em um momento de crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a relação entre o seu partido e o governo federal não pode ficar “em cima da mera ocupação de cargo.”

Advogado de Renan protocola defesa no STF para entregar sigilos

A defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta tarde manifestação na ação que libera para as investigações da Operação Lava Jato as movimentações bancárias e fiscais do parlamentar.

Um pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal foi apresentado ao STF no último dia 7, pela Polícia Federal, no inquérito que apura suposto envolvimento de Renan e do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) no esquema de corrupção e propina envolvendo a Petrobras.

Como tramita em segredo de justiça, ainda não há mais informações sobre todos os atingidos pela medida e o teor da solicitação. O procedimento ainda precisa ser aprovado pelo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki. Antes da decisão de Teori e do conhecimento dos detalhes do pedido da PF, no entanto, a defesa de Renan franqueou ao STF o acesso às movimentações bancárias e fiscais do senador voluntariamente.

A defesa alega que Zavascki “sequer” deve “ocupar seu tempo e esforços” para apreciar o pedido da Polícia Federal. Na peça, os advogados manifestam “perplexidade” com o pedido de quebra de sigilo e apontam que Renan adotou postura de cooperação desde o início das investigações.

O pedido de quebra de sigilo foi feito pela PF, mas já há um parecer da PGR sobre a medida. O conteúdo da avaliação da procuradoria, contudo, ainda é mantido em segredo de justiça.

Durante almoço na residência oficial do presidente do Senado, nesta quinta-feira (14) em Brasília, Renan disse que a presidente Dilma Rousseff precisa apresentar “um plano de desenvolvimento para o país” e, literalmente, governar.

A opinião de Renan é compartilhada por Lula que, nos bastidores, tem dito que o governo de sua sucessora “está paralisado” e que ela precisa viajar pelo país, entregar obras e apresentar resultados para tentar recuperar sua popularidade.

“Dilma precisa rapidamente apresentar um plano de desenvolvimento, um programa de governo, e a aliança do PMDB tem que ser em cima disso, porque senão sobra a coisa da mera ocupação de cargo. O PMDB está sendo atraído para isso e não pode concordar com isso”, disse Renan ao final do almoço.

Lula ficou de conversar com a presidente sobre as demandas do peemedebista. O ex-presidente e Dilma devem se encontrar ainda na noite desta quinta-feira (14).

TERCEIRIZAÇÃO

O presidente do Senado disse ainda que Lula “considera urgente” regulamentar a terceirização, contanto que não se permita que as atividades-fim sejam terceirizadas nas empresas. Segundo Renan, a terceirização começará a ser debatida na próxima terça-feira (19) na Casa.

Participaram também do almoço os senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Edison Lobão (PMDB-MA). Delcídio, organizador do encontro, disse que é importante ouvir Lula sobre o tema, pois o ex-presidente tem conversado constantemente com empresários e movimentos sociais.

“O presidente Lula considera que é urgente a terceirização, e todos nós também. O que não pode é colaborar para que seja regulamentação da atividade-fim, porque isso precariza os trabalhadores que hoje não estão terceirizados”, disse Renan.

O ex-presidente já afirmou diversas vezes ser contrário à proposta aprovada pela Câmara -e que tramita agora no Senado- que permite que todas as atividades-fim sejam terceirizadas. Lula disse que a presidente Dilma Rousseff “tranquilamente” irá vetar o projeto caso ele passe da forma como está.

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