O vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defendeu nesta segunda-feira (24) que a oposição tente dois caminhos para instalar no Congresso uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades que envolvem a Petrobras entre elas a da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) em 2006. O tucano sugere que, primeiro, os oposicionistas tentem emplacar uma CPI mista, composta por deputados e senadores. Se não tiver sucesso, tentem criar uma apenas no Senado.

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Presidentes e líderes de partidos de oposição reúnem-se amanhã à tarde no gabinete da liderança do PSDB no Senado para decidir qual estratégia adotar diante das denúncias. A proposta de criar uma CPI ganhou novo impulso ontem, depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, convencido pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), mudou de posição e passou a defender a investigação parlamentar. "Desde já sugiro que tentemos duas vias: a da CPI mista ou a da CPI no Senado. Devemos redigir dois requerimentos e recolher duas assinaturas", propôs Alvaro Dias, em discurso da tribuna do Senado.

Para instalar uma CPI mista é preciso recolher assinaturas de, pelo menos, 171 deputados e 27 senadores. O vice-líder do PSDB é favorável a uma CPI mista, uma vez que ela seria instalada logo. A CPI exclusiva no Senado, por sua vez, precisaria apenas do apoio de no mínimo 27 senadores. Mas, nos bastidores, parlamentares acreditam que o governo conseguiria derrubar com maior facilidade a tentativa de instalar a CPI apenas no Senado.

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Deputados também estudam apresentar um pedido de CPI apenas na Câmara, mas essa terceira via é a mais difícil. Atualmente existem 12 pedidos de instalação de CPI por deputados, mas para a CPI da Petrobras vingar, além de recolher as assinaturas dos deputados é preciso aprovar um requerimento para ela furar a fila.

Para Alvaro Dias, a saída na sexta-feira de Nestor Cerveró da diretoria da BR Distribuidora é a demissão de um "bagre para alimentar os tubarões". Foi ele o autor do resumo que a presidente Dilma Rousseff disse ter se embasado, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para aprovar a compra da refinaria de Pasadena.

Dilma disse que o resumo era juridicamente falho e, se soubesse de todas as cláusulas do contrato, não teria aprovado a negociação. Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes havia sido negociada por US$ 42,5 milhões.