O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), apresentou uma série de questionamentos ao ministro do Esporte, Orlando Silva, durante audiência na tarde desta quarta-feira (19) de duas comissões da Casa sobre o repasse de recursos do programa Segundo Tempo a ONGs ligadas ao PCdoB. O foco foi para os R$ 28 milhões destinados à Pra Frente Brasil, ex-Bola Pra Frente, da vereadora de Jaguariúna, Karina Rodrigues (PC do B).
O tucano destacou algumas entidades ligadas ao partido que receberam recursos do Ministério. Focou sua fala na Pra Frente Brasil, cujas irregularidades vêm sendo apontadas desde fevereiro em reportagens do Estado. Destacou que certificados de qualificação da empresa foram fornecidos por parentes de dirigentes da entidade. Observou que um fundador da ONG também é fornecedor de material. Destacou ainda a denúncia de uso de empresas de fachada.
O ministro não respondeu pontualmente aos questionamentos levantados. Limitou-se a dizer que haverá uma auditoria. Destacou ainda que os contratos do Segundo Tempo não serão mais firmados com ONGs. O líder do PCdoB, Inácio Arruda (CE), rebateu o tucano. Destacou que a ONG da vereadora Karina atende 18 municípios, sendo quatro deles administrados pelo PSDB e nenhum pelo PCdoB. "Ela trabalha democraticamente".
O líder do PSDB fez ainda uma descrição sobre o que a oposição ouviu do policial militar João Dias Ferreira ontem no Senado. Segundo o tucano, o policial afirmou haver um esquema que envolveria a destinação de 20% para uma consultoria e contratação de empresas indicadas pela pasta para prestar serviços. Álvaro Dias destacou ainda que desqualificar o acusador não servirá para absolvê-lo.
"Quando se acusa um denunciante de assumir patrimônio com recursos do ministério, assume-se a irregularidade havida. É uma confissão".
O tucano afirmou que João Dias Ferreira teria dito que parte dos pagamentos de propina eram feitas por meio de transações eletrônicas diretas (TEDs). O ministro interferiu dizendo ser mentirosa a acusação. Reafirmou que só recebeu o policial em uma audiência e a pedido do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, então ministro.
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