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O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), articula o lançamento de sua candidatura a governador do Rio Grande do Norte em um movimento diretamente contrário aos interesses eleitorais da presidente Dilma Rousseff.

Primeiro porque torna "natural", segundo peemedebistas, a candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) à sua sucessão na Casa. Segundo porque na montagem de sua chapa regional ele excluiu o PT e abrigou nela partidos de oposição, o que pode abrir espaço para que ele seja também o candidato dos adversários de Dilma na sucessão presidencial, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O peemedebista, que já admite a interlocutores a pré-candidatura, disse ontem (17) à reportagem sofrer pressões para que se lance: "Há uma pressão muito forte das bases do partido e também de possíveis aliados", afirmou.

Diante dos baixíssimos índices de popularidade da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), Henrique Alves vinha montando no Rio Grande do Norte uma grande coalizão de siglas da oposição. A ideia inicial era reeditar no Estado a aliança nacional com o PT, mas a diretório local do partido de Dilma não aceitou ter na mesma chapa siglas como o PSDB e o PSB, adversários na disputa nacional. Ao final, os peemedebistas caminham para indicar para a chapa do Senado a ex-governadora Wilma de Faria (PSB). "O Rio Grande do Norte era um dos Estados onde o PT iria apoiar o PMDB", diz a deputada Fátima Bezerra (PT-RN). "Além de ter excluído o PT estão fazendo uma grande coalizão acolhendo o PSDB e o DEM".

Além de abrigar partidos de oposição na sua chapa, a eventual eleição de Alves para o Executivo abrirá espaço para que o líder da bancada na Casa, Eduardo Cunha (RJ), desafeto de Dilma, lance seu nome à sua sucessão na presidência da Câmara. Eleito em 2013 para comandar a Câmara, Henrique Alves era tido como candidato certo à reeleição, mas, diante das estimativas de que o PT ampliará a vantagem sobre o PMDB em número de deputados nas próximas eleições, os dois partidos já duelam nos bastidores pelo cargo.

Do lado petista, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PR), busca se viabilizar como alternativa ao PMDB. Tradicionalmente, o partido que faz a maior bancada na Casa costuma indicar o presidente. Desde 2007, porém, PMDB e PT fizeram acordos para um rodízio no cargo, o que viabilizou a eleição de Alves. O acordo, porém, não se estende a 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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