Alvo da Operação Nosotros, que investiga o Instituto Jaime Lerner, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), tem uma ligação o Paraná. Colombiano de nascimento, ele mudou-se para o Brasil e viveu em Curitiba. É torcedor declarado do Coritiba e um dos proprietários do Maringá Park Shopping, no Norte paranaense.
Foi na capital paranaense em que Amastha conheceu a esposa Glogerley Amastha, com quem teve três filhos. Antes de ser prefeito de Palmas, cargo para o qual se reelegeu neste ano em uma chapa que tem entre outros partidos o PSB e o PSDB, o colombiano é um empresário reconhecido por negócios milionários tanto em seu país natal quanto no Brasil.
PF cumpre mandados de busca e apreensão no Instituto Jaime Lerner
Leia a matéria completaUm dos seus primeiros negócios no Brasil foi a implantação da instituição de ensino a distância Educon em sociedade com o ex-ministro da Saúde no governo José Sarney, Luiz Carlos Borges da Silveira. Além do ramo educacional, Amastha investiu na construção de shoppings centers. Tanto que resolver vender um dos seus empreendimentos ao se eleger pela primeira vez em Palmas. O Capim Dourado Shopping acabou vendido em 2012 a BRMalls Participações por R$ 180 milhões. À época, Amasthasa dizia que queria se “dedicar à carreira política”.
Naquele ano, entretanto, o grupo Skipton, de Amastha, já anunciava a construção de outro shopping em Tocantins, dessa vez em Araguaína, no Norte do estado. Avaliado em R$ 200 milhões, o empreendimento ainda não foi inaugurado.
Inspiração curitibana
Também foi em Curitiba que Amastha busca a inspiração para seu primeiro mandato em Palmas. O pessebista criou o Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Palmas (IMPUP) e colocou como presidente o maringaense Luiz Masaru Hayakawa, que foi secretário municipal, de Desenvolvimento urbano de Curitiba durante a gestão do então prefeito Jaime Lerner e presidente do Ippuc em 1999, quando o prefeito era Cassio Taniguchi. Hayakawa ficou a frente do IMPUP durante os dois primeiros anos da gestão de Amastha, período em que defendeu a implantação do BRT na capital do Tocantins. Segundo a Polícia Federal, o arquiteto não está entre as pessoas conduzidas ou intimadas nesta quinta-feira.
A Operação Nosotros investiga suspeita de fraude na licitação do BRT e também o uso da máquina pública para pressionar donos de lotes que devem ser valorizados pelo trajeto do novo modal a venderem suas terras por preços abaixo do mercado. Amastha teve mandados de condução coercitiva e busca e apreensão expedido contra si, mas eles não foram cumpridos porque o prefeito está participando de um congresso sobre cidades inteligentes em Barcelona. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que Amastha está tranquilo e dará todas as informações necessárias assim que retornar da viagem internacional.
Investida da PF desarticula mobilização pela anistia, mas direita promete manter o debate
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Como a PF construiu o relatório do indiciamento de Bolsonaro; ouça o podcast
Bolsonaro sobre demora para anúncio de cortes: “A próxima semana não chega nunca”
Deixe sua opinião