A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares do Paraná (Amai) emitiu, nesta sexta-feira (3), uma nota em desagravo aos coronéis processados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), em razão de terem comandado a chamada “Batalha do Centro Cívico”. Na nota, a entidade culpa o ex-secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini (SD) pela ação, que terminou com mais de 200 manifestantes feridos.
Segundo a Amai, é “público e notório” que Francischini foi quem comandou a ação. “Sua personalidade, modo de comandar e mandar na segurança pública e departamento penitenciário paranaense causava desconforto no meio policial, fato conhecido pela imprensa estadual e pelas mídias sociais, onde se tornou conhecido como ‘Batman Paranaense’”, destaca a nota.
“Mais uma vez, fica a lição de que segurança pública deve ser tratada de modo técnico por pessoas competentes e não por aventureiros que se intitulam ‘super-heróis’”, finaliza o texto.
Além disso, a associação criticou a entrevista coletiva concedida pelo MP-PR, considerando que o órgão condenou e execrou “de forma midiática” os coronéis. A coletiva ocorreu no dia 29 de junho, dois meses após a ação no Centro Cívico. Na ocasião, além de Francischini e do governador Beto Richa (PSDB), os coronéis César Kogut, Arildo Dias e Nerino Mariano de Brito, além do tenente-coronel Hudson Teixeira, foram considerados responsáveis pelo massacre.
Na ação, o MP-PR afirmou que as autoridades violaram os princípios da administração pública, já que “configura ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão que viole os deveres de legalidade e lealdade às instituições”, diz nota enviada pela instituição.
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