Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil já estão com as peças do Fokker 100 da TAM que perdeu uma de suas portasa 2 mil metros de altura, pouco depois de decolar de Congonhas em direção ao Rio de Janeiro. Eles vão analisar o motivo do acidente. A porta, que pesa cerca de 150 quilos, se soltou e atingiu o hipemercardo Extra da Avenida Ricardo Jafet, no Ipiranga, zona sul. Quem fazia compra no local achou que era um atentado do crime organizado e entrou em pânico.
Passageiros contaram que a porta se desprendeu, bateu na asa do avião e caiu. Um vento forte entrou no interior da aeronave e os passageiros, em pânico, viram a aeromoça descabelada, se segurando para não cair do avião.
Foram 17 minutos de gritos e choros e os passageiros do vôo 3040 ficaram traumatizados. Alguns prometeram nunca mais embarcar em um Fokker 100. O desempregado Richard Kocher, de 35 anos, estava em uma das últimas poltronas da aeronave, porém, segundo ele o barulho da porta se desprendendo foi muito forte.
- Logo depois que o avião decolou ocorreu um estouro, um barulho muito alto. Vi a aeromoça que estava sentada próxima da porta toda descabelada, se segurando para não cair da aeronave. Aí o pessoal entrou em pânico, começaram a gritar, alguns até a chorar - contou.
Kocher estava embarcando com destino a Salvador, de onde pegaria um avião para a Suíça.
- Na hora do estouro pensei na minha família, que estava chorando porque vou me mudar para fora do país. Imagina eles ficarem sabendo de mim porque o avião caiu - disse Kocher, que teve uma crise de pressão alta e precisou ser medicado no posto médico do Aeroporto de Congonhas.
Outro passageiro a receber atendimento médico foi a dona-de-casa Edna Lopes Bezerra, de 39 anos.
- Foi uma sensação horrível, que eu não desejo para ninguém. Meu marido viaja direto, está na ponte aérea (Rio-São Paulo) sempre. O risco que eu passei ele também corre. Achei que ia morrer. Todo mundo se desesperou. Eu ainda estou em estado de choque.
Para a dona-de-casa Maria de Lurdes Moreira, de 48 anos, o vôo estava normal.
- De repente a porta abriu, tipo um estouro. Depois achei que não ia conseguir pousar. A gente nunca acha que vai dar certo. Deu pânico - contou.
Maria desistiu da viagem que faria para o Rio e preferiu ficar em São Paulo.
- Não tinha mais condições de prosseguir. Desisti da viagem. Pedi a Deus para que ajudasse o avião pousar para poder rever meus filhos de novo - contou Maria.
Cinco passageiros passaram por atendimento médico e quatro desistiram de viajar.