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O promotor Roberto Tardelli disse que Andreas, irmão de Suzane, ainda está sob ameaça depois do depoimento dado nesta terça-feira no julgamento da irmã e dos irmãos Cristian e Daniel.

O rapaz disse nesta terça-feira que ficou com medo da irmã depois que viu fotos mostrando que ela circulava livremente pela residência onde o garoto mora com a avó. Segundo o promotor, as fotos dela com avó são muito reveladoras.

- Ela aparece em vários ambientes da casa. Ela tinha muito acesso a uma casa onde está proibida de entrar - afirmou Tardelli.

De acordo com o promotor, o álbum de fotos foi anexado ao processo pelos advogados de defesa de Suzane na tentativa de mostrar que ela tinha bom relacionamento com a avó materna Lourdes, que mora na mesma casa de Andreas.

O depoimento da perita Jane Belucci também foi considerado pelos promotores como muito importante.

O depoimento de Andreas von Richthofen, no segundo dia do julgamento de Suzane e dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos foi considerado o mais importante por pessoas que acompanharam o júri no Fórum Criminal da Barra Funda.

O garoto mostrou segurança nas respostas, se manteve firme durante as perguntas do advogado de Suzane e chegou até a ser irônico. O depoimento mostrou que o adolescente que viu os pais serem mortos, quando tinha 15 anos, transformou-se num adulto. Ele falou em juízo pela primeira vez nos últimos anos e as informações dadas por Andreas complicam a defesa da irmã e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

O promotor Nadir Campos Carvalho afirmou ao fim do julgamento que a revelação de que Andreas foi coagido a escrever uma carta à irmã é crucial. A finalidade da carta era auxiliar a irmã no sentido de que ales pudessem levantar dinheiro para pagar advogados.

- Isso responde a uma pergunta importante, que é quem paga os advogados dela e dos irmãos - afirmou o promotor.

O rapaz, de 19 anos, contou o juiz que foi coagido pela irmã a escrever uma carta a ela, dizendo que a perdoava e não a excluiria da herança. Segundo ele, Suzane usou de chantagem emocional e disse que 'apodreceria na cadeia' se ficasse em dinheiro para pagar os advogados de defesa.

Ele disse que chegou a pensar em registrar um boletim de ocorrência contra Suzane depois que viu a irmã rodando a casa em que estava morando com a avó. Suzane estava em liberdade provisória na época.

- Não sabia que ela tinha acesso à casa onde eu moro - afirmou.

Ele afirmou que não chegou a fazer um boletim de ocorrência contra a irmã.

- Mas tive vontade. Quando eu estava aprendendo a dirigir, ela passou em frente da minha casa de carro, quando, com o advogado Denivaldo Barni. Depois vi ela rondando, umas três vezes. Dizem que ela é psicopata, mas eu não sei. Mas de uma pessoa assim, a gente pode esperar qualquer coisa. Eu tinha receio dela, da população. Eu não queria ela ali - disse.

Andreas desmentiu ainda um dos argumentos da tese da defesa de Suzane, segundo o qual Daniel a teria obrigado a cometer o crime porque era possuído pelo 'espírito do negão', que lhe fazia cobranças.

O depoimento de Andreas foi considerado pela defesa de Suzane muito ruim para ela, porque revelou o receio que ele sentida dela.

- Não consigo mais olhar na cara dela depois de tudo o que fez. Caiu a ficha - afirmou o garoto.

Segundo Andreas, as declarações sobre os abusos sexuais atribuídos ao pai, feitas pelos Cravinhos, foram 'humilhantes e degradantes'. Ele afirmou ainda que nunca ouviu a irmã se queixar disso. Ele negou, como disse Daniel em seu depoimento, que dormisse algumas vezes no quarto da irmã para evitar as 'visitas' do pai.

Ele disse que o pai Manfred era muito mais digno que 'muita gente aqui presente', afirmou. Rebateu também as acusações de que sua família era desestruturada, como disse Daniel. Andreas se recusou responder as perguntas feitas pelo advogado Mauro Nacif. Mas diante do pedido do juiz para que reconsiderasse, o rapaz respondeu a algumas questões, mas sempre com ironia.

Nacif, perguntou a ele para dizer quem contou onde estava escondida a arma que foi dada a ele por Daniel. O rapaz respondeu:

- Foi um passarinho verde.

Andreas von Richthofen admitiu que escondeu uma arma na casa da família depois que seus pais tinham sido mortos e que sua irmã, Suzane von Richthofen, tinha sido presa e confessado ter participado do assassinato. Andreas afirmou que essa é a arma que tinha sido escondida pela irmã dentro de um urso de pelúcia e que, depois, ela pediu para que ele desse um 'sumiço' nela.

Andreas afirmou que Suzane disse a ele que a arma tinha sido levada por Daniel Cravinhos. O rapaz não soube dizer como a polícia achou a arma, mas garantiu que ela não estava mais dentro do urso, mas enterrada na casa.

Perguntado pelo promotor Roberto Tardelli se seus pais falavam muitos palavrões, negou:

- Não era comum ter palavrões em casa, meus pais até não gostavam que a gente falasse - disse.

A acareação entre os três está sendo repensada.

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