Sem melhorias significativas na economia, Temer dá uma ‘colher de chá’ para a classe média e amplia beneficiários do Minha Casa, Minha Vida| Foto: Beto Barata/PR

Ainda sem mudanças significativas nos números da economia, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem atuado em outras frentes na tentativa de se criar uma agenda positiva. Optou, por exemplo, em anunciar a ampliação dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, em um aceno especial à classe média.

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Atualmente, o limite de renda familiar para participar do programa federal, símbolo das gestões petistas, é de R$ 6,5 mil. No anúncio feito na tarde desta segunda-feira (6), o valor subiu para R$ 9 mil, tirando o foco voltado às famílias de baixa renda. Os inscritos ganham condições mais vantajosas de financiamento, na comparação com o crédito imobiliário disponível no mercado.

No discurso feito durante a cerimônia de anúncio do novo Minha Casa, Minha Vida, o presidente Temer argumentou que a ideia central da mudança é o estímulo à geração de emprego, a partir do aumento da demanda pela construção civil.

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No final do ano passado, parte da população, a parcela que já atuou no trabalho formal, também recebeu a autorização do governo federal para sacar o dinheiro depositado em eventuais contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

As duas medidas, embora pontuais para a área econômica, têm apelo junto à classe média.

A busca por uma agenda positiva, e que não esteja em completo desacordo com a bandeira de austeridade constantemente vendida pelo Planalto, se tornou uma preocupação para o Planalto, que já se prepara para as novas revelações da Operação Lava Jato.

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Ao perceber que não haveria um atraso significativo no processo de homologação das 77 delações de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht – mesmo com a trágica morte, em janeiro, do então relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki –, o próprio Planalto passou a se manifestar contra a manutenção do sigilo dos depoimentos.

Figuras importantes do PMDB, e alvos da Lava Jato, como o senador Romero Jucá (RR), também passaram a defender publicamente a quebra do sigilo. Na avaliação do Planalto, o vazamento a “conta gotas” das delações pode ter um efeito mais dramático para a política, e também para a economia.

No cálculo da gestão peemedebista, os depoimentos podem se tornar públicos até o final deste mês.