O antigo boeing presidencial 707 (KC-137) da Força Aérea Brasileira (FAB), mais conhecido como ‘sucatão’, está sendo leiloado. A aeronave de 1986 foi usada pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até ser substituída, em 2005, pelo Airbus A-319, o ‘‘Aerolula”, de U$$ 56,7 milhões.
O lance inicial para arrematar o ‘sucatão’ é de R$ 312.200,00, com o incremento mínimo de R$ 1000. Após um agendamento por e-mail, os interessados podem visitar a relíquia nos dias 24, 25 e 26 deste mês, das 9h às 11h e das 13h às 15h30 no Parque de Material Aeronáutico do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio.
Mas há uma ressalva: o ‘sucatão’ não voa mais. Quando foi trocado pelo ‘Aerolula’, o boeing passou a servir a equipe auxiliar da presidência. Foi aposentado, porém, em setembro de 2013 e, de acordo com a FAB, não tem condições de voar no momento.
A Força Aérea conta que o ‘sucatão’ deixou de ser usado devido aos altos custos de manutenção, inclusive o consumo excessivo de combustível e o barulho acima dos níveis permitidos por muitos aeroportos.
Em 2006, o avião foi motivo de polêmica entre os presidenciáveis da época Geraldo Alckmin (PSDB) e Lula. Durante debate, Alckmin sugeriu que o petista vendesse o “Aerolula” para comprar hospitais. Em resposta, o ex-presidente disse que o ‘sucatão’ era uma vergonha:
“Só um maluco acha que pode viajar de avião de carreira. O avião que nós tínhamos tinha o apelido de sucatão. Era uma vergonha. Somente quem não tem uma dimensão da política internacional que pode falar isso. A gente era multado em todos os aeroportos do mundo que a gente chegava. O sucatão ficava sobrevoando esperando alguém dar autorização para a gente pousar”, protestou na época.
A aeronave, no entanto, já teve seus dias de glória. Adaptada para o governo, possibilitou viagens ao exterior em compromissos oficiais da presidência e de ministros de Estado. Quando foi substituída, ajudou no reabastecimento em voo de caças por ter grande capacidade de carregar combustível (90.000 litros) à maior distância e maior altitude, com possibilidade de transferência de 1.700 litros por minuto.
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