Em discurso no Congresso Paulista de municípios hoje em Santos (SP), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tratou o golpe que instalou a ditadura militar no Brasil como "revolução de 64".
O termo é normalmente utilizado por militares que negam ter havido ditadura militar no país de 1964 a 1985. Aécio fez a referência ao recapitular períodos históricos do país, quando falava sobre concentração de poder no governo federal.
Na sequência de seu discurso, o tucano criticou a atual administração nacional. "Hoje vivemos quase um Estado unitário, todas as medidas que têm buscado recuperar a receita para Estados e municípios não têm encontrado acolhida no governo federal", afirmou.
O senador afirmou ainda que o modelo centralizado de gestão da União "favorece desvios".
"Quanto mais descentralizado, mais bem gasto é o dinheiro. Quanto mais centralizado, maior o desperdício, para não dizer os desvios."
O mineiro foi tratado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) "exemplo de estadista para São Paulo e para o Brasil". "É um dois homens públicos que eu diria vocacionado para servir o nosso país."
Principal nome hoje do PSDB para concorrer ao Planalto, Aécio ganhou recentemente apoio da ala paulista da sigla para seguir com sua pré-candidatura.
Aécio é neto de Tancredo Neves, eleito indiretamente para ser o primeiro presidente pós-ditadura, em um período de transição para a democracia no país. Tancredo, no entanto, morreu antes de assumir o cargo.
USP
Caso semelhante ocorreu há dois anos em uma obra na USP (Universidade de São Paulo). Uma placa que indicava a construção de um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos da ditadura chamava o golpe militar de "revolução de 1964".
A construção era uma parceria entre a universidade e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. Após a polêmica, a placa foi retirada.
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