Os cinco deputados petistas que ocuparam a tribuna da Câmara dos Deputados na tarde desta sexta-feira (15), primeiro dia de análise do processo de impeachment de Dilma Rousseff, usaram toda a hora regimentalmente prevista ao partido para defender o mandato da presidente.
Eles apostaram em discursos focados em rebater os argumentos do pedido de afastamento da presidente. Aproveitaram para exaltar as conquistas do governo Dilma, lembrando, inclusive, da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Leia a matéria completa“Evidente que não teve crime de responsabilidade. Tem uma postura deliberada da chapa Michel-Cunha para liderar o que eles chamam de eleição. As pesquisas de opinião mostram que a maioria do povo defende a democracia”, afirmou o líder do partido na Casa, Afonso Florence (BA), que abriu e encerrou a participação do PT.
Cada partido tem uma hora para se manifestar nesta sexta a respeito do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara. Cinco representantes de cada legenda podem usar a palavra. A primeira sigla a tomar a tribuna nesta manhã foi o PMDB. O PT foi a segunda.
Ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP) adotou um tom mais técnico para negar os crimes de responsabilidade. Encerrou seu discurso, contudo, afirmando que o PT lutará “até o último momento”, chamando o impeachment de uma atitude “oportunista”.
Também de São Paulo, o deputado João Daniel mencionou os militantes do partido mortos e parabenizou “lutadores e lutadoras pela democracia do país”. Vinculou o impeachment à insatisfação da oposição com a derrota nas eleições e falou ainda em classe social.
“Podemos continuar com programas que levaram ao Brasil inteiro, a exemplo do programa Bolsa Família, Luz para Todos. Só não é importante para aqueles que não passaram por isso”.
Benedita da Silva (RJ) também subiu à tribuna e defendeu que “a dignidade bateu à porta do pobre” devido aos programas criados nos governos petistas. “É por isso que eles estão nas ruas”. Ao criticar os que chamou de “golpistas”, a deputada questionou: “Será que a democracia que querem colocar nesse país começa não respeitando 54 milhões de votos vai merecer credibilidade?”.
Citado por petistas ao longo dos discursos, o relator do processo da petista na comissão do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), disse ter sido indicado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e reiterou que seu nome não foi rejeitado por nenhum membro do colegiado, inclusive petistas.
A indicação de Jovair, aliado de Cunha, foi articulada entre o grupo pró-impeachment e acatada pelos governistas que, conscientes da fragilidade e da impossibilidade de conseguir emplacar um nome de preferência, decidiu apoiar a indicação com esperanças de que Arantes pudesse fazer um relatório favorável ao governo.
O parecer de Jovair, aprovado na comissão, foi pelo impeachment de Dilma. “O meu trabalho foi feito e continuará sendo feito até o último momento dentro da técnica legislativa, da questão jurídica, do direito de resposta, do direito de defesa. Eu usei exatamente o que determinou o STF”, respondeu.
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