O deputado federal Aldo Rebelo é cotado para substituir Orlando Silva no Esporte| Foto: Antônio Cruz/ABr

Novas mudanças no ministério devem ocorrer em janeiro

Após a crise no Esporte, novas mudanças no governo estão previstas para janeiro, quando Dilma Rousseff deve promover uma reforma ministerial. Parte das trocas, porém, vai abranger apenas ministros que vão disputar as eleições municipais. Nessa lista estão o ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), pré-candidato a prefeito de São Paulo, e a secretária especial de política para mulheres, Iriny Lopes (PT), pré-candidata a prefeita de Vitória (ES).

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Queda não vai atrasar Lei da Copa, diz relator

O relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou que a queda do ministro do Esporte, Orlando Silva, não vai atrasar a tramitação do projeto no Congresso. Ele disse que a comissão vai continuar trabalhando normalmente e deverá ouvir o futuro ministro da área no final de novembro. O deputado estima que nessa época estará finalizando o relatório sobre a Lei Geral.

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Delator desiste de apresentar denúncias na Câmara dos Deputados

No dia em que o ministro do Esporte, Orlando Silva, perdeu o emprego o seu acusador mais veemente desistiu de fazer as denúncias contra ele na Comissão de Fiscalização e Controle na Câmara dos Depu­­tados.

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Brasília - Caiu ontem o quinto ministro envolvido em suspeitas de corrupção ao longo do governo Dilma Rousseff, mas o padrão de escolha da presidente deve continuar o mesmo. Apesar de a saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte estar ligada a denúncias de aparelhamento da pasta pelo PCdoB, tudo indica que o partido manterá o poder sobre a vaga.

O favorito para substituí-lo é o deputado federal Aldo Rebelo (SP), que foi ministro das Relações Institucionais entre 2004 e 2005, durante o primeiro mandato de Lula. Por enquanto, o secretário-executivo, Wal­­demar Manoel Silva de Souza, filiado à sigla no Rio de Janeiro, é quem fica no cargo como interino.

Nos quatro casos anteriores, Dilma repetiu a fórmula de respeito à divisão de espaços no primeiro escalão entre as legendas aliadas. Na Casa Civil, houve uma troca entre petistas (Gleisi Hoffmann no lugar de Antonio Palocci) e nos Transportes, entre filiados ao PR (Paulo Passos substituiu Alfredo Nascimento). Os peemedebistas Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo) também foram trocados por correligionários – Mendes Ribeiro e Gastão Vieira, respectivamente.

Na comparação com os demais parceiros governistas, contudo, o PCdoB tem uma representatividade política menor. Enquanto o PMDB conta com uma bancada de 98 congressistas e o PR de 46, os comunistas elegeram no ano passado apenas 15 deputados federais e dois senadores. Por outro lado, a sigla apoia o PT desde a primeira eleição presidencial após a redemocratização, em 1989.

"É triste ver que a presidente mantém esse modelo de loteamento do poder, no qual a única coisa que importa é satisfazer os partidos amigos", criticou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias. Já o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire, disse que as escolhas de Dilma comprovam a formação de um ministério "subalterno" às ordens ditadas por Lula. Ele levanta dúvidas sobre o real interesse de punir casos de corrupção: "a queda do ministro deveria ser a queda, também, do aparelhamento que foi feito no Esporte".

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Para os petistas, no entanto, não há motivos para diminuir o espaço do PCdoB. "São aliados essenciais, aliados ideológicos, aliados de todos os momentos", afirmou o deputado paranaense e secretário de comunicação do PT, André Vargas. "Se a presidenta eventualmente decidir trocar o ministro, acho que tem de ser alguém do PCdoB", afirmou o deputado antes de Dilma anunciar a queda de Orlando Silva.

Em bloco

Ao longo da defesa de Orlando Silva, o partido também fez questão de agir em bloco para defendê-lo. Desde a semana passada, inserções da legenda no horário gratuito de propaganda partidária no rádio e na televisão tentavam dar crédito ao ministro e lembrar que o PCdoB nunca havia sido citado antes em escândalos de corrupção. A sigla também já havia comunicado o governo na semana passada que queria permanecer no controle da pasta.

Ontem, o primeiro anúncio sobre a saída de Orlando Silva foi feito pelo presidente do partido, Renato Rabelo. Ele reuniu a bancada para comunicar a decisão no começo da tarde, enquanto a demissão só foi concretizada cinco horas depois, em uma reunião no Palácio do Planalto.