Em entrevista do jornal espanhol "El País", o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, possível candidata do PT à Presidência da República, tem no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seu maior obstáculo.
Questionado sobre como vê a candidatura de Dilma à Presidência, Tarso respondeu: "É uma boa candidata, tem boa capacidade de gestão, mas, sobretudo, tem o obstáculo maior que algum candidato à Presidência pode ter: o apoio do presidente Lula. Creio que vai afeta-la muito."
O ministro diz que nenhum pré-candidato diz que está contra lula, mas sim que têm uma candidatura para governar "pós-Lula". "É um sinal da importância que o presidente tem", afirma.
Tarso diz ainda que Dilma precisará ter respeito pelos rivais, porque "têm um candidato forte", o governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, descrito pelo jornal como "um dos pesos pesados" do partido. O ministro diz que o governo de Fernando Henrique Cardoso, teve mérito de dar "solidez à democracia no Brasil", mas que não teve êxito em projetos de desenvolvimento e no fortalecimento de políticas públicas.
Tarso Genro comentou também o fato de não ter sido escolhido para a sucessão de Lula. "Sou um político com certa experiência. Sei que essas questões não se resolvem por uma relação pessoal." Ele afirmou que o PT almejava uma candidatura que não polarizasse o partido e que "entende perfeitamente" a opção. "Me sinto muito valorizado pelo presidente. Ocupei quatro ministérios, ocupei a presidência do PT em um momento de crise."
Battisti
Tarso também comentou a crise diplomática com a Itália, causada pela concessão de asilo político ao ex-ativista italiano Cesare Battisti. Ele disse que o caso Battisti é uma questão de política jurídica e soberania. "Em última instância se trata de verificar se os delitos imputados a Battisti na Itália são aceitos no Brasil como delitos políticos."
Tarso Genro disse que não há interesse em esquentar as relações com a Itália e que não comentaria as declarações dos políticos italianos. "Não vou responder críticas que partem de alguns ministros italianos, como o da Defesa. Não estamos acostumados, em nossas relações internacionais a utilizar certo tipo de linguagem. Temos uma educação política na América Latina que nos permite dirigir a um ministro de outro país de uma maneira mal educada."
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