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Editorial

Democracia golpeada

Salvo por alguns poucos e excepcionais momentos, a história política brasileira não nos autoriza a afirmar que tenha sido surpreendente o resultado da votação de ontem no Senado Federal, que absolveu o senador Renan Calheiros da acusação de quebra do decoro parlamentar. Simplesmente manteve-se a regra do corporativismo, da acomodação das conveniências pessoais e da contumaz leniência com que, lamentavelmente, são encaradas as questões éticas e morais que envolvem o exercício da função pública no país. Leia Editorial completo

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Paranaenses garantem que votaram contra Renan

Brasília – Os três senadores do Paraná não acreditam que Renan Calheiros (PMDB-AL) ainda possa ser cassado, apesar dos outros três processos contra o alagoano que tramitam no Conselho de Ética (leia mais na página 16). Todos afirmam ter votado ontem a favor da cassação. Mas nenhum discursou em plenário defendendo essa posição, embora tivessem esse direito. Leia matéria completa

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A oposição ameaçou paralisar as votações no Congresso Nacional caso Renan Calheiros (PMDB-AL) permaneça na presidência do Senado. A exigência para que Renan renuncie ao cargo tem o apoio do PDT e do PSB, informou a senadora Patrícia Saboya (PSB-CE). O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) também participou do encontro da oposição.

Para pressionar Renan a deixar a presidência do Senado, a oposição exige a aprovação do Projeto de Resolução que acaba com as sessões secretas e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que põe fim ao voto secreto. Os oposicionistas querem ainda a votação do projeto que determina o afastamento do parlamentar que responder a processo por quebra de decoro do cargo que ocupe na Mesa Diretora, da presidência das comissões e do Conselho de Ética.

"São medidas de força. Ou ele sai da presidência [do Senado] ou o Congresso pára", desafiou o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN).

De joelhos

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Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), as exigências da oposição são uma tentativa de "reconstruir" o Senado.

"A Casa está de joelhos, desmoralizada. O Senado foi ferido de morte. Então, nossa reação enérgica é para reconstruir o Senado. E é nesse sentido que essas medidas vão", disse Arthur Virgílio, acrescentando que Renan calheiros não tem condições de comandar o Senado.

"Não achamos que o Renan venceu. A democracia perdeu. Ganhou apenas a crise. Ele perdeu e perdeu porque não reúne as condições para governar mais a Casa", completou.

As medidas anunciadas pela oposição, segundo José Agripino, podem forçar Renan Calheiros a renunciar à presidência.

"Ele tem dito repetidas vezes que a licença e a renúncia não fazem parte do vocabulário dele. Não acredito que ele vá tomar uma atitude dessas", afirmou o líder do Democratas.

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Renan diz que se absteve em votação da sua cassação

Renan Calheiros disse nesta quinta-feira (13)que se absteve na votação que garantiu o seu mandato com o apoio de quarenta senadores. "É claro que me abstive. Como seria diferente?", disse Renan.

Ao chegar no plenário do Senado Renan ainda afirmou que, após uma campanha de 110 dias, perdeu somente cinco votos na votação de quarta-feira (12), já que achava contar com 45 votos a seu favor e só recebeu 40. "Neste momento o silêncio fala mais que qualquer coisa", disse.

Renan Calheiros foi absolvido na quarta pelo plenário do Senado da acusação de ter usado um lobista para pagar despesas pessoais com a filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. O resultado foi de 35 votos pela cassação de Renan, 40 contra e 6 absolvições.

O presidente do Senado disse que dormiu até mais tarde nesta quinta, mas negou que esteja cansado. Ele afirmou ainda que não pretende se licenciar e muito menos renunciar à Presidência. "Felizmente não estou cansado", disse.

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O senador não quis comentar a decisão da oposição de paralisar as votações no Congresso, caso ele permaneça na presidência do Senado. Depois de passar alguns minutos no plenário, Renan se deslocou para o gabinete da Presidência.