Depois da mobilização que contou com apoio da própria base governista para o pedido de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar a Petrobras, a bancada do PT colocou em prática uma manobra para tentar barrar novas apurações.
Como a oposição trabalha para instalar comissões para investigar o setor elétrico, os fundos de pensão e os financiamentos do BNDES, o PT acelerou a entrega de requerimentos pedido a criação de CPIs para investigar a violência no Brasil e a violência contra pobres e negros.
Pelas regras da Câmara, podem funcionar ao mesmo tempo cinco CPIs. Além da Petrobras e das sobre violência, também já foram apresentados pedidos de criação de uma CPI para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e suas implicações nas urnas e uma sobre denúncias envolvendo planos de saúde.
Todos os pedidos serão analisados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vive uma relação desgastada com o Planalto.
Para que uma CPI seja instalada são necessárias as assinaturas de pelo menos 171 dos 513 deputados. Além disso, o presidente da Câmara pode barrar seu funcionamento caso avalie não haver o chamado "fato determinado" que justifique a investigação.
A oposição diz que a justificativa para a CPI do setor elétrico são os apagões e a política para a definição das tarifas de energia. Sobre o BNDES, a oposição mira empréstimos feitos, entre outros, a grandes financiadores políticos, principalmente o grupo JBS, campeão em doações a candidatos nas últimas eleições. A oposição também acusa o governo de usar os fundos de pensão das estatais para fins político-partidários.
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