As entidades de representação dos delegados e peritos da Polícia Federal (PF) rebateram ontem as reclamações da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que ocorreram abusos na Operação Voucher, principalmente no uso de algemas em pessoas detidas. Em campanha por reajuste salarial de 6,5% a partir de 2012, os policiais federais se ressentiram das declarações de Dilma e do ministro. E a acusação contra o trabalho da PF acirrou os ânimos dos policiais, que passaram a ameaçar a convocação de uma greve ou a fazer paralisações pontuais ainda neste mês.
A manifestação dos policiais federais foi emitida em nota assinada em conjunto pela ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), pela Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) e pela APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais). Segundo a nota, "as críticas do governo à Operação Voucher, conduzida pela PF em Brasília, repercutiram negativamente entre essas duas carreiras [delegados e peritos da PF]".
"A Polícia Federal já está sofrendo com a agenda econômica do governo [contingenciamento de recursos]. Não pode ser pautada também pela sua agenda política", disse o presidente da ADPF, Bolivar Steinmetz.
"Abuso é de quem rouba o dinheiro público", declarou o presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo, Amaury Portugal. "O delegado tem que justificar [as algemas] ao juiz e a ninguém mais, muito menos ao governo."
A cúpula da PF também repudiou a acusação de que tenha agido com truculência. Em nota, esclareceu que o uso de algemas ocorreu dentro da lei e que não houve abusos.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião