Michel Temer: sem críticas a presidente Dilma Rousseff e ao PT.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um dia depois de comunicar à presidente Dilma Rousseff que deixará o “varejo” da articulação política, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) explicou que o governo já passou pela primeira fase do ajuste fiscal e que agora ele vai se dedicar a se encontrar com lideranças políticas para tratar dos grandes temas do país. Temer disse que no encontro com Dilma, ocorrido nesta segunda-feira (24), a presidente elogiou o papel que o vice teve na aprovação das matérias do ajuste no Congresso e entendeu a decisão dele de deixar parte da articulação, que trata da nomeação de indicados para cargos no governo e o empenho de emendas parlamentares.

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O vice afirmou que sua relação com Dilma não ficou arranhada por conta dessa decisão de abandonar parte das funções que lhe foram delegadas em abril, quando a presidente trocou o então ministro das Relações Institucionais Pepe Vargas por ele.

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“A presidente Dilma fez um pedido, naturalmente enalteceu gentilmente minha colaboração nessa primeira fase, mas concordou plenamente que estamos em uma segunda fase e devo exercitar outra espécie de atividade, ainda na coordenação política. Não há embaraço”, disse.

Perguntado se seu afastamento do controle da articulação política como um todo abre caminho para pavimentar um processo de impeachment contra Dilma, Temer disse ser “falso” esse entendimento.

“Passamos a primeira fase do ajuste fiscal, onde o governo teve as vitórias necessárias e agora estamos em uma segunda fase da coordenação política, na qual me encontro, que é exatamente aquela em que vamos continuar trabalhando na relação com o Congresso, o Judiciário, os estados e portanto nos reunindo várias vezes com líderes da Câmara e do Senado para trocarmos ideias sobre o Brasil. Eu continuo nesta articulação formatada dessa outra maneira”, afirmou.

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Sobre a pressão que parte do PMDB faz para que ele deixe todas as funções da articulação de Dilma, o vice disse que alguns querem que ele saia, mas “outros tantos” querem que ele continue.

Temer informou que manterá uma equipe na Secretaria de Relações Institucionais para tratar de emendas e cargos. Mas disse crer que essa parte já está “praticamente solucionada”.