O discurso de 35 minutos em que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se defendeu das acusações sobre contratações irregulares foi interpretado pela maioria dos senadores que se pronunciaram em seguida como um ponto de partida para a reformulação da estrutura da Casa. "Precisamos de uma reforma profunda", afirmou o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP). Ele cobrou mais transparência à administração da Casa e propôs que "que o Senado tenha coragem para tornar nulos todos os atos secretos praticados pela Mesa Diretora".
O líder do DEM, José Agripino (RN), endossou a proposta de Mercadante ao defender a diminuição da estrutura do Senado. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu a existência de corrupção. Porém, ao se referir ao pedido do PSDB de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Petrobras, Guerra disse que o nível de corrupção no Senado "é ínfimo" se for comparado com o existente, segundo ele, na estatal.
Já o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), defendeu a adoção de medidas para moralizar o Senado. "Não aceitamos que a Casa naufrague", afirmou. Ele propôs - e Sarney aceitou - que as indicações para o cargo de diretor-geral passe pelo crivo do plenário, a exemplo do que ocorre hoje com os dirigentes de agências reguladoras. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também defendeu maior transparência e destacou um projeto de sua autoria, que prevê a divulgação em meio eletrônico e no Diário Oficial do Senado de uma lista com os nomes e os valores dos salários de todos os funcionários.
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