O salário dos vereadores de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, será 30% menor a partir da próxima legislatura, em 2017. A decisão foi aprovada em sessão extraordinária realizada na noite de segunda-feira (10), após forte pressão popular. Na mesma sessão foi revogada a emenda que tinha aumentado de 9 para 13 o número de vereadores.
Atualmente, os vereadores recebem R$ 6,2 mil mensais. A partir de 2017, o valor será de R$ 4.340. O salário do presidente da Casa foi fixado em R$ 5 mil. O movimento “Todo poder emana do povo”, que liderou as manifestações pela redução dos salários, considerou a diminuição de 30% nos vencimentos uma “vitória parcial”, já que a proposta original prevê apenas um salário mínimo como subsídio para os vereadores.
Depois da votação, o presidente da Câmara, Valdir Maldonado (PDT), saiu sem falar com os jornalistas. Ele se fechou em sua sala e só deixou o local uma hora após a sessão em meio a protestos.
Pressão
Em julho deste ano, a população de Santo Antônio da Platina, maior cidade do Norte Pioneiro, conseguiu com que os vereadores baixassem os próprios salários de R$ 3,4 mil para R$ 970 mensais na próxima legislatura. A intenção dos parlamentares era aumentar os vencimentos em mais de 100% – para R$ 7,5 mil.
Durante a primeira votação, uma empresária da cidade foi até a Câmara e fez uma manifestação contra o aumento. O ato foi registrado em vídeo e rapidamente ganhou as redes sociais e motivou uma ampla mobilização da população. Na data da segunda votação, as lojas da cidade fecharam as portas mais cedo que o habitual e os funcionários foram dispensados. Milhares de moradores seguiram para a Câmara para acompanhar a votação.
Diante de tamanha pressão, oito dos nove parlamentares apresentaram uma emenda ao projeto original fixando o salário de vereador próximo do que se prevê para o mínimo em 2017. A emenda foi aprovada, assim como o projeto final. Além de diminuir os próprios salários, os vereadores também fixaram em R$ 970 o salário do vice-prefeito e em R$ 12 mil os vencimentos do próximo prefeito da cidade.
A pressão da população também fez com que os vereadores retirassem da pauta de votação o projeto que aumentava o número de cadeiras no Legislativo de 9 para 13 vereadores.