Depois da cena de guerra vista ontem no Centro Cívico, que resultou em mais de 200 professores feridos pela Polícia Militar (PM), o governador Beto Richa (PSDB) decidiu que não iria mais participar da tradicional comemoração de 1º de Maio, dia internacional dos trabalhadores.
A estrutura de metal que serviria como palanque para a festa em frente ao Palácio Iguaçu está sendo desmontada na tarde desta quinta-feira (30), ao mesmo tempo e no mesmo local que ocorre um protesto pela truculência da ação policial.
A festa, que teria missa do padre Reginaldo Manzotti e show de dupla sertaneja, foi cancelada por “tempo indeterminado”.
Assim, o governador se exime do desgaste que seria aparecer em público em um momento delicado. Pelo menos duas manifestações foram marcadas nas redes sociais para acontecer em frente à sede do governo nesta sexta-feira, na hora marcada para o evento.
É a primeira vez, desde o início do mandato, que Richa não participa de uma comemoração de 1º de maio. Segundo a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que organiza a festa junto com o governo, todos os últimos governadores participaram dos eventos.
“Nós entendemos que não é momento para comemorar. Também consideramos que não é seguro fazer uma festa desse porte e colocar em risco dos trabalhadores. Pode ter gente infiltrada no meio querendo causar problemas”, disse o diretor da UGT, Paulo Rossi.
Sem alarde
É tradição do governador anunciar o reajuste do piso salarial regional durante as festividades de 1º de maio. Este ano, porém, Richa optou por assinar o decreto que regulamenta o reajuste sem qualquer alarde.
O ajuste salarial sancionado, de 8,8%, passa a valer a partir desta sexta-feira (1º). Serão quatro faixas salariais entre R$ 1.032,02 a R$ 1.192,45.
Segundo o governo, o cálculo levou em consideração a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos 12 meses encerrados em dezembro de 2014, mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tumulto
A batalha no Centro Cívico ocorreu durante protesto de servidores contra a votação do projeto que faz alterações na previdência estadual (que acabou sendo aprovado pela Assembleia Legislativa).
Mais de mil policiais que estavam de plantão cercando os prédios públicos revidaram com força e dispersaram os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, spray de pimenta, cães e balas de borracha.
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